| 08/03/2008 19h42min
A Venezuela reabriu neste sábado as rotas comerciais com a Colômbia, no caminho da reconciliação selada há menos de 24 horas por seus respectivos presidentes, Hugo Chávez e Álvaro Uribe, com um aperto de mão em Santo Domingo.
Esta é a primeira medida para ratificar o fim de uma crise na qual as relações diplomáticas entre os dois países entraram em colapso. Chávez chegou inclusive a ordenar a mobilização "defensiva" de tropas rumo à fronteira com o vizinho, após o ataque colombiano contra as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) em território equatoriano.
O ministro de Interior e Justiça venezuelano, Ramón Rodríguez Chacín, destacou hoje que a situação na fronteira "tende a se normalizar. Melhor dizendo, já está normal". Em declarações à imprensa, Chacín disse que, superada a crise na cúpula do Grupo do Rio na República Dominicana, as medidas venezuelanas de restrição ao comércio com a Colômbia foram suspensas.
Segundo o ministro
venezuelano, seu país vive "um clima de
tranqüilidade, de confiança e de normalidade", após as tensões geradas pelo incidente diplomático terem diminuído. Em declarações feitas em Santo Domingo, antes de viajar sem anúncio prévio a Cuba, Chávez disse que a Venezuela não chegou a romper relações com a Colômbia formalmente, e que por isso vai se reunir com seus ministros para fazer com que "as águas voltem a seu curso".
O presidente venezuelano ressaltou que Caracas "retomará o caminho da paz, do diálogo, dos investimentos conjuntos" e que o comércio entre Venezuela e Colômbia precisa continuar e crescer. A invasão do território equatoriano pelo Exército colombiano, em uma ação que matou cerca de 20 guerrilheiros das Farc, levou Chávez a considerar que algo semelhante poderia acontecer contra seu país por "ordem do império americano", em referência aos Estados Unidos.
Essa situação levou o presidente venezuelano a adotar uma série de medidas, que deixaram a relação com o país vizinho à beira da ruptura total.
Na semana passada,
Chávez ordenou o fechamento da embaixada de seu país em Bogotá e o reforço militar da fronteira comum, expulsou os membros da delegação colombiana em Caracas, decretou a adoção de restrições comerciais e ameaçou nacionalizar empresas colombianas.
A crise colocou em risco a dinâmica relação comercial entre Colômbia e Venezuela, que movimentou quase US$ 6 bilhões em 2007, sendo que quase dois terços deste valor ficaram a favor de exportadores colombianos, principalmente de alimentos básicos para a Venezuela.
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