| 17/03/2008 19h05min
A temporada 2008 de Fórmula-1, que começou com vitória do inglês Lewis Hamilton no GP da Austrália, nesse fim de semana, trouxe algumas surpresas na corrida de abertura. Para o ex-piloto de F-1 Luciano Burti, que concedeu entrevista ao clicRBS nesta segunda, uma delas foi a equipe BMW, cujo bom desempenho não ocorreu por acaso:
– Acho que quem surpreendeu a todos foi a BMW, mesmo sendo uma equipe considerada quase de ponta desde a temporada passada. O segundo lugar do Robert Kubica na classificação e o segundo lugar do Nick Heidfeld na corrida não foram por acaso – avaliou Burti. – E a Honda também. A gente sabe bem o que houve com a Honda do ano passado, que foi péssimo. E esse ano já deu a chance de o Rubinho marcar pontos, que acabaram não acontecendo por outros motivos – considerou, lembrando que Barrichello foi desclassificado.
Sobre a perspectiva para Rubens Barrichello em 2008, Luciano Burti projeta um ano bem melhor que 2007, apesar da confusão na saída dos boxes com o sinal vermelho que culminou com a desqualificação do brasileiro no GP da Austrália.
– Foi falha da equipe na minha opinião. Eles tiveram de fazer um pitstop mesmo sabendo que iam ser punidos porque o carro estava sem combustível. A visão do piloto dentro do capacete é muito limitada, a gente foca em um ponto e não vê o que tem ao redor. Ele estava na saída dos boxes ajustando os botões do volante para a mistura de combustível e o semáforo pequeno ao lado passou despercebido. Não dá para culpar o Rubinho. E a equipe, sabendo que o safety car está na pista e é obrigatório parar naquele sinal, poderia ter avisado o piloto – ponderou Burti.
A estréia de Nelsinho
O ex-piloto de Fórmula-1 também avaliou a estréia de Nelsinho Piquet em uma corrida oficial da categoria. Para Burti, o filho do tricampeão mundial foi vítima da habitual pressão da primeira prova em um carro da principal modalidade do automobilismo mundial:
– O Nelsinho sofreu aquela velha e conhecida pressão que o piloto sofre na estréia. Dá pra lembrar o caso do Heikki Kovalainen no ano passado, exatamente na Renault, no GP da Austrália. Ele cometeu vários erros e também foi criticado pelo Briatore – disse, fazendo um paralelo do que ocorreu com o brasileiro. – Mas acho que o Nelsinho aprendeu muito com isso, agora ele vai para a Malásia, que é uma pista que ele já conhece. E o Nelsinho já mostrou em tudo o que ele fez na pré-temporada e antes mesmo de chegar à F-1 que tem potencial para andar muito bem. Passado esse trauma da estréia, ele deve começar a andar bem, mas não numa situação ideal, pois o carro da Renault não é totalmente equilibrado – prevê.
A colisão de Massa x Coulthard
Burti não viu culpa de Felipe Massa no choque com o escocês David Coulthard, que levou a pior ao dividir a curva com a Ferrari do brasileiro. Ele lembra que de dentro do cockpit a visão do piloto para os retrovisores é prejudicada:
– Na minha opinião, não foi culpa do Felipe. Ele já estava por dentro, já tinha a trajetória ideal, mas acredito que o Coulthard não o tenha visto no retrovisor. A gente sabe que esse acessório hoje em dia é pensado muito mais na parte aerodinâmica do que na visibilidade. Então o Coulthard acabou não enxergando e houve o acidente. Não foi culpa do Felipe, foi fato de corrida que às vezes acontece – resumiu.
Hamilton soberano?
O inglês Lewis Hamilton pilotou com tranqüilidade em Melbourne, na Austrália, e faturou a primeira colocação. Para Luciano Burti, ele foi um dos destaques da corrida, pois além de vencer, soube administrar a corrida – justamente o que faltou para ele na reta final da temporada passada, quando deixou o título escapar:
– O Hamilton fez tudo perfeito, não cometeu erros, conquistou a pole e venceu a corrida. Ele administrou muito, não andou tão rápido quanto poderia. Teve alguns momentos que ele forçou o ritmo, mas na maior parte da prova ele administrou, fazendo um excelente trabalho. E isso era esperado dele agora. Depois de tudo o que ele já fez em 2007, muita gente já aponta Hamilton como favorito para esse ano – afirmou. – Outro destaque é o de Nico Rosberg. O quarto lugar não foi apenas pelos abandonos. Ele fez por merecer essa evolução – finalizou, ao mencionar o alemão da Williams.
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