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 | 19/03/2008 04h39min

Euforia da torcida marca confronto em Chapecó

Jogo contra a Chapecoense pela Copa do Brasil ganhou importância de final de Libertadores

Darci Debona, Chapecó  |  darci.debona@diario.com.br

Uma região eufórica assiste ao Inter contra a Chapecoense às 21h45min desta quarta-feira. A partida no Índio Condá, em Chapecó, vale pela segunda fase da Copa do Brasil, mas ganhou dos torcedores do oeste catarinense a importância de final de Libertadores.

A prova foi a corrida por ingressos. Segundo o diretor financeiro da Chapecoense, Valdecir Scalvi, mais 50 mil pessoas disputaram os 12 mil ingressos disponíveis. Há pelo menos duas semanas a confronto domina as conversas em Chapecó. Excursões de pelo menos 40 municípios dos três Estados do Sul estão confirmadas. Bandeiras de Inter, Chapecoense e até do Grêmio tomam as ruas da cidade.

— É um momento ímpar para o clube — resumiu o diretor de futebol da Chapecoense e cônsul do Inter, Jandir Bordignon.

Bordignon poderia estender o sentimento para o restante da região, colonizada por gaúchos. A presença do Inter provocou comoção. Mais de 200 pessoas receberam a delegação no Aeroporto Serafim Enoss Bertaso.

Para buscar um ângulo melhor dos jogadores, torcedores subiram em lixeiras, alambrados, capacetes e até em árvores. Foi o caso do estudante Gustavo Machado, 13 anos. Ele aproveitou a posição privilegiada para registrar as imagens dos ídolos no celular.

— Peguei todos — festejou Gustavo.

A recepção ao Inter teve também camisetas verdes da Chapecoense, como a de Willian Dutra, nove anos. O guri, que também é colorado, foi em busca de um autógrafo de Alex.

— Vou torcer para os dois — explicou Willian.

Uma carreata com buzinaço acompanhou o ônibus desde a saída para o aeroporto. Na calçada do Hotel Bertaso, casa do Inter em Chapecó, nova agitação vermelha. Antes mesmo de o ônibus estacionar, adolescentes gritavam pelos ídolos. Luiz Henrique Curti, 11 anos, voltou para casa com os autógrafos de Alex, Guiñazu e Renan como se fosse um troféu.

O pequeno Igor Lagaggio, seis anos, precisou seguir o Inter mais um pouco para realizar o sonho de abraçar Fernandão, de quem copia o corte de cabelo. No hotel, ficou longe do capitão, mas no treino, na Faculdade Exponencial, conseguiu se aproximar e abraçá-lo.

O treino, um recreativo, foi assistido de perto pela torcida. Bem de perto. Como o campo não tinha grades, os torcedores se posicionaram nas laterais e puderam conferir os jogadores em ação.

A Chapecoense quer mais que forçar o jogo da volta, eliminado se o Inter vencer por dois gols. O técnico Luiz Carlos Cruz mostrará às 11h aos jogadores um DVD da goleada de 3 a 0 do Juventude, em Caxias. Para o técnico, a Chapecoense precisa fazer o melhor jogo do ano para vencer. Ele ganhou do Inter em 2003, pelo Fortaleza, também por 3 a 0.

 
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