| 02/04/2008 23h03min
Ao lado de Suape, em Pernambuco, a gaúcha Rio Grande será sede de um dos maiores pólos navais do país. A visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta quinta-feira, às obras de construção da plataforma P-53 e do Dique Seco deve consolidar a vocação do terceiro maior porto do país.
Há expectativa de que o presidente confirme a instalação de uma fábrica de cascos para plataformas na cidade gaúcha ao lado da ministra Dilma Rousseff, pela primeira vez no Rio Grande do Sul desde que a Casa Civil foi acusada de envolvimento na montagem de um suposto dossiê com gastos sigilosos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
O avião presidencial, um Boeing 737 da
Força Aérea Brasileira (FAB), aterrissou às 22h48min desta
quarta-feira no aeroporto de Pelotas, uma hora depois do programado. Do aeroporto, Lula foi para o hotel no centro de Pelotas.
Em sua breve passagem pelo Estado, Lula estará à tarde, em Porto Alegre, para assinar três contratos de obras de saneamento em 15 municípios que integram o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Da capital gaúcha, a comitiva presidencial parte para Brasília às 17h40min.
Ontem à tarde, o gerente-geral de engenharia da Petrobras, Antônio Carlos Justi, evitou dar detalhes sobre os novos planos para Rio Grande, mas confirmou que outro equipamento ancora no Dique Seco em 2010, a P-17, para uma grande reforma. Justi anunciou que os investimentos nos projetos que passarão por Rio Grande até 2012 devem chegar a US$ 5 bilhões.
Alexandre Garcia, gerente de construção naval da estatal, detalhou que essa plataforma - usada para perfuração, não para extração de petróleo - será transformada para operar em áreas mais profundas. Isso
significa que, provavelmente,
poderá atuar na prospecção da promissora região de pré-sal, onde já foram localizadas reservas gigantescas de óleo e gás, confirmou Garcia.
Navio para extrair petróleo
também deverá ser montado
Antes, no entanto, a primeira obra realizada no Dique Seco será a P-55, plataforma semi-submersível que irá operar no campo de Roncador, na Bacia de Campos. O equipamento é de grande porte, com capacidade de produção de 180 mil barris de petróleo ao dia - a mesma da P-53. A diferença é que, enquanto a P-53 está sendo montada sobre o navio Setebello, comprado de Cingapura, o casco da P-55 já será construído em Rio Grande. A conclusão está prevista para 2011. Com ocupação plena, o pólo naval de Rio Grande deverá representar a criação de cerca de 10 mil vagas.
- Na medida em que outros projetos surgirem, pode haver uma ampliação da infra-estrutura prevista. Esse tipo de local para construção de equipamentos offshore só
existia no Rio de Janeiro, mas está desativado, então o
Rio Grande do Sul e Suape permitirão a construção no Brasil - destacou Justi.
Essa projeção não leva em conta a fábrica de cascos que deve funcionar em Rio Grande, mas de outro tipo, conhecido como FPSO - sigla em inglês para Floating, Production, Storage and Offloading, navios com capacidade para extrair e armazenar petróleo e gás natural e transferi-los para outras embarcações.
Lula desembarcou no Aeroporto Internacional de Pelotas na noite desta quarta-feira
Foto:
Nauro Júnior
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