| 14/04/2008 04h32min
Indicado por André Krieger para compor o novo departamento de futebol, o ex-conselheiro Luiz Onofre Meira terá que se integrar a um contexto político do qual é crítico.
Suas idéias não afinam com as de Eduardo Antonini, César Pacheco e Tulio Macedo, vice-presidentes do Conselho de Administração, colegiado que divide com o presidente Paulo Odone as decisões de diretoria.
Também será preciso superar obstáculos com o próprio Odone. Em setembro passado, na eleição que renovou metade do Conselho Deliberativo, o grupo político de Meira, identificado com o ex-presidente Flávio Obino, comparou a postura de Odone à de Hugo Chávez, presidente da Venezuela, por tentar cercear a atividade da oposição. Na renovação, Meira perdeu seu mandato de conselheiro. Hoje, integra o Conselho Fiscal.
O assunto foi tratado na manhã deste domingo, em reunião entre Antonini, Pacheco e Macedo. É possível que haja um novo encontro, com a presença de Meira, durante a semana.
— Serão estabelecidas regras de
convivência — disse um conselheiro.
Antonini diverge, também, da permanência de Celso Roth. Entendia que a escolha de um novo treinador facilitaria o relacionamento com os torcedores. Quanto a Meira, Antonini diz, resignado, que quem o escolheu "foi o novo diretor de futebol".
— A escolha causa certo constrangimento, mas vamos administrar. Temos que preservar o Grêmio — disse o vice de marketing, César Pacheco.
Ao aceitar o convite de Odone para dirigir o futebol, Krieger deixou claro que precisaria trabalhar com pessoas "da mais absoluta confiança", casos de Meira e Milton Kuelle.
— Habituei-me a prestar conta dos centavos. Queria comigo pessoas que pensassem assim — disse Krieger.
Sob o argumento de que "os inimigos estão do lado de lá", o substituto de Pelaipe acredita na superação das divergências. Recorda que ele próprio esteve em lado oposto a Odone nas eleições para renovação e presidência do Conselho
Deliberativo.
— Fiz algumas críticas, mas já me
penitenciei. A situação, agora, já está contornada. O Grêmio separa, mas também une. Fico lisonjeado em ter sido convidado por Odone e receber dele absoluta autonomia para gerir as coisas do futebol — diz Krieger.
Luiz Onofre Meira já teve divergências com o presidente do clube, Paulo Odone
Foto:
Paulo Franken
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