| 26/04/2008 18h37min
Ninguém vai estranhar se, no jogo com o Criciúma, neste domingo, às 16h, o versátil César Prates aparecer em alguma posição inesperada, se cumprir em campo uma função diferente da habitual. Virou rotina, desde os primeiros testes no mundo da bola. O gaúcho de Aratiba é um curinga por natureza. Uma bênção nas mãos de um técnico estrategista, que pensa o time jogo a jogo, de acordo com as característica do time adversário. César Prates sabe disso e se coloca à disposição, para o que der e vier.
— Quero ser peça útil, seja na função que for, inclusive o banco de reservas. Para o treinador que tem no grupo um ou dois atletas que podem cumprir várias funções, fica mais fácil em um dado momento em que ele precisa fazer uma mudança, ele sabe que pode contar com esse atleta — explicou, com a sabedoria de quem passou a carreira inteira pulando de galho em galho.
Nos primeiros testes, no Ipiranga, de Erechim (RS), cidade vizinha à terra natal, Aratiba, atuou como lateral-direito. Uma semana depois, ficou sabendo que havia uma vaga no Internacional, de Porto Alegre (RS), como lateral-esquerdo e resolveu arriscar. Passou nos testes e se firmou na ala esquerda nas categorias de base do colorado gaúcho. Os primeiros jogos como profissional também foram na esquerda. Aí resolveu voltar às origens. Bastaram dois jogos na lateral direita do Inter para receber a primeira convocação para a Seleção Brasileira.
De lá para cá, correu o mundo sem posição definida. Na Turquia, na Itália, em Portugal ou no Brasil, jogou nas duas alas, no meio-de-campo e no ano passado arriscou até uma participação como terceiro zagueiro, em jogo contra o Náutico, pelo Brasileiro, marcando individualmente o artilheiro Acosta.
— Acabei evoluindo bastante com isso. De tanto jogar pelos dois lados, aperfeiçoei meu lado esquerdo. Tanto que hoje tem coisas que eu faço melhor do lado esquerdo do que de perna direita. Na primeira vez que eu joguei aqui no Figueirense, atuei como meia, livre, caindo nos dois lados, chegando no gol. Foi um momento maravilhoso na minha carreira — lembrou.
A versatilidade ajudou a conquistar 11 títulos. O que faz do experiente jogador, de 33 anos, um expert em finais.
— Este é um momento de coração. Você tem que sair do seu físico, do seu técnico, e colocar o coração em momentos de decisão, tem que ter uma entrega acima do normal. Acho que o fator determinante é você estar equilibrado psicologicamente. Se você estiver com as emoções controladas, você se transforma em um gigante, senão, você se torna alguém que tem um grande potencial mas não consegue exprimir. Grandes jogadores fazem coisas extraordinárias nas decisões por conta do equilíbrio emocional — finalizou o curinga.
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