| 08/05/2008 11h03min
Em meio a um revezamento marcado por polêmicas e protestos ao redor do mundo, a tocha olímpica dos Jogos de Pequim teve um raro momento de glória nesta quarta-feira. Pela primeira vez na história, a chama foi acesa no topo do Monte Everest, o ponto mais alto do planeta, a 8.848 metros de altitude.
A equipe de 31 alpinistas que participou da expedição atingiu o cume por volta das 9h locais (22h de Brasília). Lá em cima, a chama olímpica transportada em uma espécie de lanterna acendeu a tocha especialmente projetada para altitudes extremas. O momento histórico foi acompanhado por uma emissora de TV e transmitido ao vivo na China.
O revezamento levou mais de seis horas e contou com a participação de cinco pessoas. O feito inédito emocionou os alpinistas, que choraram após chegarem ao fim do percurso. “Um mundo, um sonho”, disse uma dos alpinistas, repetindo o slogan dos Jogos Olímpicos de Pequim, que começam no dia 8 de agosto.
A última pessoa a carregar a chama foi a tibetana Cireng Wangu. A equipe que escalou o Everest incluiu mais 21 tibetanos, oito chineses da etnia Han, majoritária no país, e um da minoria Tujia. Eles estavam há mais de uma semana na montanha, mas tiveram de adiar o ataque ao cume em dois dias devido às condições ruins do tempo.
Mas apesar de ser considerado um grande feito, a escalada da tocha ao Everest também não escapou de polêmica. Tibetanos no exílio acusaram a China de organizar o evento para mostrar sua soberania sobre a região. O Everest fica na fronteira do Nepal com o Tibete, região autonôma que há anos busca sua independência.
A chama que chegou ao topo do Everest não é a mesma que está sendo utilizada no revezamento pelo mundo. A organização “dividiu” a chama olímpica. Enquanto uma parte subia o monte, outra é revezada pelas cidades da China. Nesta quinta, a tocha vai percorrer a cidade de Shenzhen, no sul do país.
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