| 14/05/2008 07h49min
Um dos nomes mais cotados para substituir Marina Silva no Ministério do Meio Ambiente, o secretário estadual do Meio Ambiente do Rio de Janeiro, Carlos Minc, disse que foi orientado a recusar o convite. Em Paris, na França, ele concedeu entrevista para a TV Globo.
— Não conversei com o Lula, não conversei com a Marina. E para o Sérgio Cabral (governador do Rio de Janeiro), eu disse para ele que a Marina tinha pedido demissão e a única coisa que ele falou foi que "o Lula vai me ligar e você promete, de pés juntos, que você não vai para Brasília". E eu prometi, de pé juntos, que não vou a Brasília — disse.
Ontem, a ida de Minc para a pasta chegou a ser dada como certa pela imprensa, mesmo sem a confirmação oficial.
Lula cogita a nomeação de Jorge Viana, ex-governador do Acre, e do mesmo grupo político da ex-ministra, para o cargo. Viana deve se encontrar hoje com o presidente.
— Jorge Viana
também foi sondado por setores do governo, é um nome
respeitável, grande autoridade na área do meio ambiente, mas seguramente saberá entender este momento e tratará dessa questão de maneira restrita e reservada — afirmou o irmão de Jorge Viana, o senador Tião Viana (PT-AC), em entrevista à TV Globo, depois da visita à ex-ministra, ontem à noite.
Queda
Depois de cinco anos de desgastes, foi no fim de semana que Marina Silva decidiu deixar o governo Lula. Irritada com o Planalto, a ministra do Meio Ambiente convocou uma reunião de emergência com seus principais assessores. Começava ali o desenho de um pedido de demissão que, oficializado ontem, pegou de surpresa até mesmo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Indignada com o Planalto, Marina não escondia o descontentamento com o destino de um dos seus principais projetos. Na semana passada, foi lançado no Palácio do Planalto o Plano Amazônia Sustentável (PAS), um programa alimentado pela ministra desde a sua estréia na
Esplanada dos Ministérios, em 2003.
À
época, ela chegou a compartilhar a coordenação do programa com o Ministério da Integração, então comandado pelo amigo Ciro Gomes. Com a saída de Ciro do governo, ela resistia em entregar a formatação de um novo modelo de desenvolvimento para a Amazônia a outro ministro. Na hora do anúncio formal do PAS, foi Lula quem a surpreendeu.
— Vamos fazer sozinhos o que não conseguimos fazer com outros ministérios — diziam.
Com isso, aumentava o desgaste da ministra. Como eles não dialogavam com o resto dos ministérios, a Casa Civil passou a barrar as prioridades do grupo, encaminhando as propostas para a análise técnica de outras pastas. Dos projetos de criação de áreas de proteção integral, há um ano nenhum teria saído do papel.
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