As três derrotas em seqüência abalaram o Beira-Rio e tiraram a confiança do campeão gaúcho. Para o técnico, o problema todo é o meio-campo. Ou a ausência dele.

A goleada de 3 a 0 para o Juventude, em 12 de março, marcou a última atuação de Edinho, Guiñazu, Magrão e Alex juntos. Mas no Brasileirão a exigência é bem maior, e Abel está sentindo falta de seu quarteto, que poderá voltar neste sábado contra o Sport.

— Não ganho há três jogos. Estou louco, não durmo direito e fico até mal-humorado em casa. Mas já está na hora de aprender a conviver com isso. Ou está na época de dar um tempo, passar uns três meses em casa. Não farei isso, mas tem hora que o cara precisa de um tempo para respirar. Não consigo desligar nem ganhando, imagina perdendo — disse um Abel tristonho, ontem à tarde.

A longa ausência de titulares importantes, como Wellington Monteiro, Sorondo, Edinho e Magrão vem deixando o técnico angustiado. Já questionou fisioterapeutas e preparadores físicos sobre a possibilidade da acelerar o retorno de Wellington e do uruguaio. Quer de volta seu time ideal. Entende que as derrotas para Sport e Palmeiras apresentaram um Inter bem abaixo do normal. Porém, diz Abel, o fracasso diante do Flamengo foi injusto. Causado pela inexperiência:

— Estávamos ganhando e deveríamos esfriar o jogo, cair no chão, chamar o massagista. Mas não fizemos nada disso e ainda tomamos gols quando tínhamos a posse de bola. Faltou malandragem. Era um time de meninos, apenas Índio, Marcão e Fernandão eram os experientes.

Apesar do baixo-astral, Abel confia nos três pontos contra o Sport. O Inter caseiro venceu 12 dos 13 jogos desta temporada no Beira-Rio - perdeu apenas para o Juventude. Uma vitória devolveria, ao menos em parte, a confiança perdida em São Paulo e no Rio.

— Voltaremos a crescer. Até agora só havíamos jogado, enquanto outras equipes tiveram muito tempo só para treinar — alfinetou o técnico, numa referência ao Grêmio.

Nas contas coloradas, havia uma otimista previsão de retornar da gira por São Paulo e Rio com seis pontos. O Inter voltou sem nada. E viu adversários diretos ao título crescerem. É hora de recuperar terreno.

— Agora virou obrigação vencer o Sport. Principalmente para resgatar a nossa confiança outra vez — decretou Nilmar.