| 18/01/2003 14h45min
Os inspetores da Organização das Nações Unidas (ONU) no Iraque continuaram seu trabalho neste sábado, dia 18, examinando laboratórios portáteis, empresas estatais e faculdades.
Em sua oitava semana, o trabalho foi intensificado por causa da proximidade do dia 27, quando os chefes dos inspetores devem apresentar um relatório à ONU. Dependendo de seu conteúdo, o relatório pode ser o estopim para uma invasão norte-americana ao Iraque. Washington acusa Bagdá de desenvolver armas de destruição em massa.
Uma das equipes de inspetores, especializada em armas químicas e biológicas, esteve numa empresa pública que faz análises alimentares, nos arredores de Bagdá. Três trailers e três caminhões estacionados no local, que está em obras, foram examinados.
Nawal Fatouhy, chefe do laboratório, disse que a visita durou três horas e que os inspetores recolheram amostras para exames detalhados. Segundo ela, nos veículos funcionam laboratórios portáteis, usados exclusivamente na análise de alimentos importados pelo Iraque.
Armados, guardas iraquianos impediram que os jornalistas acompanhassem a visita. Como é habitual, os inspetores não falaram à imprensa.
Também houve inspeções na Universidade de Bagdá e nas empresas públicas Qaaqaa e Naaman. Em Kufa, 150 quilômetros ao sul da Capital, outra faculdade foi visitada. Testemunhas disseram que também houve inspeção em uma fazenda a 40 quilômetros de Bagdá.
Os chefes dos inspetores, Hans Blix e Mohamed El Baradei, chegam no domingo ao Iraque, onde por dois dias vão recolher material para seu relatório. Eles devem pedir explicações às autoridades sobre lacunas encontradas nas 12 mil páginas de documentos com os quais o Iraque tentou provar à ONU que não tem armas proibidas.
Na quinta, os inspetores encontraram ogivas vazias, capazes de transportar armas químicas. Os Estados Unidos consideraram o fato "preocupante e sério", mas o Iraque disse que Washington está fazendo "tempestade numa xícara de chá". Blix também disse que a descoberta não tem maior importância.
Os inspetores ainda estão examinando documentos recolhidos nesta semana da casa de um cientista nuclear iraquiano, durante uma visita-surpresa.
Pelo segundo dia consecutivo, neste sábado, vários jornalistas iraquianos fizeram um protesto em frente ao escritório da ONU em Bagdá. A manifestação foi parte da mobilização contra a guerra, que inclui também a visita de pacifistas ocidentais. As informações são da Reuters.
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