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 | 18/01/2003 16h46min

Chávez aceita Grupo de Amigos da Venezuela com EUA e Espanha

Presidente venezuelano considerou positivo encontro com Lula

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, classificou como positiva a reunião que teve com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na Granja do Torto, em Brasília. Em clima de satisfação, ele disse estar feliz com os resultados do encontro.

Com o objetivo de discutir com o presidente Lula o recém-criado Grupo de Amigos para a Venezuela, Chávez desembarcou em Brasília por volta das 9h30min deste sábado, dia 18.

O chefe de Estado venezuelano concordou em iniciar o grupo com a dimensão atual – composto por Brasil, Chile, Espanha, Estados Unidos, México e Portugal. Mas se necessário, ele pedirá uma ampliação. Logo após a criação do grupo, o dirigente havia criticado duramente a presença dos EUA e Espanha, acusados de apoiar o golpe de dois dias contra seu governo, em abril.

No entanto, parece que seu colega brasileiro conseguiu convence-lo da necessidade de ter as duas nações no grupo. Em entrevista logo após o encontro, Chávez disse estar convencido da importância da participação dos Estados Unidos e da Espanha nas negociações e chegou a declarar que a participação dos dois países representará uma "configuração diversa".

Idealizado por Lula e oficializado na última quarta, no Equador, durante a posse do presidente Lucio Gutiérrez, o Grupo de Amigos da Venezuela se comprometeu a apoiar as negociações que estão sendo feitas pela Organização dos Estados Americanos (OEA) para encontrar uma solução eleitoral para o conflito no país, que enfrenta uma de suas maiores crise políticas. A greve geral convocada pela oposição venezuelana já dura 48 dias e afetou gravemente a indústria de petróleo do quinto maior exportador mundial. 

Sobre o encontro deste sábado, Chávez disse ainda que Lula já concordou em reconhecer o governo venezuelano como uma instituição democraticamente eleita e capaz de representar o país. Quanto a intervenção em indústrias alimentícias - como a fábrica da Coca Cola - ele afirmou que a medida foi tomada para evitar o desabastecimento de alimentos e água potável. Chávez chamou Lula de "companheiro e irmão".

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, que esteve presente no encontro, também demonstrou otimismo na saída da Granja do Torto. Amorim disse que o chefe de Estado da Venezuela reconheceu a necessidade de conduzir as negociações para solucionar os problemas de seu país respeitando a Constituição, a democracia e processos pacíficos. Sem isso, acrescentou, "nada funcionará, nem mesmo eleições, e isso foi plenamente entendido".

Amorim disse, ainda, que Chávez manteve a sua posição de que outros países devem fazer parte do Grupo de Amigos, mas resolveu dar um crédito de confiança às nações que o compõem neste momento. "A ampliação é uma questão do futuro. E o futuro a Deus pertence", disse o chanceler.

O presidente Hugo Chávez retornou ao seu país na tarde deste sábado, da Base Aérea de Brasília.

 
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