| 16/06/2008 05h04min
Fernandão é símbolo da grandeza do Inter. Desde sábado, sua imagem erguendo as taças da Libertadores, do Mundial e da Recopa, conquistas que elevaram o clube a um outro patamar, ficaram no passado. Mas o Inter precisa manter-se grande e uma profunda transição se avizinha no Estádio Beira-Rio. Ela teve início com a sofrida vitória por 2 a 1 sobre o Botafogo. Naquele momento, o time que um dia foi apelidado de carrossel deu lugar a uma equipe de operários.
— O Inter foi campeão do mundo porque teve uma participação extraordinária na entrega de cada jogador. Não foi carrossel. Foi campeão porque foi solidário na marcação. A qualidade técnica individual entrou depois — argumentou Tite, destacando o espírito do novo Inter.
Sem seu
jogador-símbolo, o clube já declarou aberta a temporada de contratações. A idéia é repatriar pelo menos dois atletas, que poderiam atuar a partir de agosto. Ramon, 20 anos, meia-atacante lançado por Tite no Atlético-MG, e que pertence ao CSKA, de Moscou, Rafael Sobis, o ídolo colorado que está desgostoso no Betis, e Ricardo Oliveira, atualmente no Zaragoza, estão na mira.
Jogadores estrangeiros também podem vir. Caso não consiga buscar jogadores brasileiros, o Inter deve recorrer ao mercado argentino, uruguaio ou colombiano para remontar o grupo, mesmo podendo escalar apenas três estrangeiros a cada partida. Tite pretende contar com Bustos, ainda que o lateral da Colômbia não tenha dado boa resposta.
Dinheiro para reforços não será problema. Além dos 3,5 milhões de euros (R$ 8,8 milhões), um aporte maior ainda, superior a 5 milhões de euros (R$ 12,5 milhões) chegará ao Beira-Rio. Esse deverá ser o valor da venda do zagueiro Sidnei, 18 anos, ao grupo de investidores
português Gestifute. O
negócio deverá ser concretizado até o próximo dia 30. Além disso, a Gestifute poderá auxiliar o Inter na contratação de reforços.
A notícia da venda de Fernandão caiu como uma bomba sobre a torcida. Os colorados pareciam catatônicos com a saída do capitão. Tanto é assim que até minutos antes da partida de sábado, os cerca de 40 botafoguenses, espremidos na arquibancada inferior, faziam mais barulho do que os 20 mil impactados colorados do Beira-Rio. Sem Fernandão, Edinho, Magrão e Clemer surgem como lideranças do novo Inter. Edinho — que marcou um golaço contra o Botafogo e dedicou-o a Fernandão — herdou a braçadeira de capitão. Clemer foi uma espécie de auxiliar técnico de Tite na casamata. Foi consultado em diversas oportunidades, e até sugeriu a entrada de Ramon no lugar do já cansado Gil.
— Nossa torcida precisa entender que o clube atravessa uma difícil transição. O Fernandão é insubstituível. Cada um tem seu jeito, sua contribuição. E é assim que vamos passar
este momento — comentou
Tite.
Agora, a direção pede um voto de confiança para a remontagem do time. Garante que depois de Fernandão, apenas Sidnei pode sair. As possibilidades das vendas de Alex e de Edinho foram veementemente descartadas.
— Peço um voto de confiança ao torcedor. Nos últimos anos, sempre que vendemos jogadores, conseguimos repor peças que fizeram o time crescer mais ainda. Foi assim na transição do time da Libertadores para o do Mundial. E será assim novamente — prometeu o assessor de futebol Fernando Carvalho.
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