| 26/01/2003 12h26min
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva convidou a montanha mágica de Davos, como ele chamou a cidade suíça, a olhar para o mundo com outros olhos. Durante discurso programado para o principal salão do 33º Fórum Econômico Mundial, o brasileiro buscou ligar o Fórum Social Mundial com o evento oposto através do reforço nas idéias de combate à fome e busca pela paz.
O discurso durou cerca de 20 minutos e começou com uma recapitulação das idéias mostradas no Brasil de buscar empregos dignos e ouvir as minorias. Ele buscou mostrar que o Brasil é um país acolhedor, tolerante, e que a retomada do desenvolvimento requer a superação dos constrangimentos externos.
– O Brasil tem de sair do círculo vicioso de pedir empréstimos para pagar outros - afirmou Lula.
Para ele, é necessário diversificar as exportações. Lula defendeu o livre comércio, mas em um modo caracterizado pela reciprocidade e maior disciplina do fluxo de capitais. O brasileiro pediu uma nova ética mundial, mas com a defesa dos interesses nacionais.
- Quero convidar a todos que se encontram na montanha mágica de Davos a olhar o mundo com outros olhos - falou Lula – É necessário reconstruir a ordem economica mundial.
O Brasil, segundo Lula, faz um apelo ao bom senso, para que descobertas científicas sejam universalizadas. Ele propôs a formação de um fundo internacional para combater a miséria e a fome constituído pelos países do G7, o grupo das nações mais ricas do planeta. Lula afirmou que é longo o caminho para o mundo mais justo e a fome não pode esperar.
– Tenham certeza de que o Brasil já começou a mudar - disse Lula.
Após o pronunciamento, feito em português, Lula foi interrogado por quatro jornalistas e empresários. De frente para a platéia – que incluía até o presidente da Microsoft, Bill Gates –, o brasileiro disse que eles vão falar muito de um presidente briguento, "respeito é bom e nós gostamos de receber".
No final, um jornalista perguntou sobre a ponte entre Porto Alegre e Davos. Lula falou que não sabe como fazer, mas que é preciso tentar. Os tempos de operário foram recordados na hora de comparar o diálogo entre Davos e Porto Alegre com uma discussão entre empregadore e sindicalistas, que pareciam difíceis e foram mais tranqüilas na prática. Para o brasileiro, é preciso demonstrar que o mundo tem coragem e quer criar um mundo novo.
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