Quem vai ao Gre-Nal disposto a se meter em confusão deve ficar em casa. Quem for ao Estádio Olímpico torcer por seu time pode ter certeza de que haverá punição à baderna. Esta é a função do Juizado Especial Criminal (Jecrim), que neste domingo estreará no maior clássico do Rio Grande do Sul. Funcionando desde 9 de abril, quando o Grêmio foi eliminado da Copa do Brasil pelo Atlético-GO, o Jecrim atendeu 28 casos (todos com algum tipo de punição) em sete partidas.

O juizado foi instalado em salas dos estádios da Dupla, em parceria dos clubes com a Justiça. A idéia é acabar com a sensação de impunidade dos arruaceiros.

– A audiência começa menos de 30 minutos após o suspeito ser detido pela polícia. Se for o caso, ele só deixa o estádio penalizado – explica o juiz Felipe Keunecke de Oliveira.

Os casos mais comuns são posse de droga e arremesso de pedras e rojões ao gramado. Mas o Jecrim também julga quem se envolver em confusões fora do estádio, como brigas entre torcidas e depredação do transporte público.

– Torcedor tem de ver o jogo. Quem cometer delito, em qualquer lugar da cidade, vai responder por ele – garante o magistrado.

Normalmente, o Ministério Público propõe transação penal (acordo) com o infrator. Ele paga uma multa, que varia entre R$ 120 e R$ 800, e fica impedido de assistir a jogos.

– Se aceitar, fica com a ficha limpa. Se não, responderá ao crime na Justiça – diz o juiz.

Entorno do estádio também preocupa

A Brigada Militar está preocupada com a segurança no entorno do Olímpico. Para evitar problemas, dividiu as torcidas. Colorados serão escoltados e entram no estádio pela Avenida Carlos Barbosa. Gremistas, pela Avenida Erico Verissimo.

– Vamos abordar pessoas, vistoriar bares e cuidar dos ônibus – explica o comandante da BM, coronel Paulo Roberto Mendes.

Estima-se que 500 PMs trabalhem na partida, sendo que 250 deles estarão no estádio.

– Quem for se divertir, terá nossa ajuda. Quem for brigar, vai parar na delegacia – alerta o coronel.