| 08/08/2008 15h24min
A reunião extraordinária da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), realizada de urgência esta tarde em Viena, refletiu as posições contrárias de Moscou, que afirma que não está em guerra com a Geórgia. Enquanto isso, a capital Tbilisi pediu ajuda à comunidade internacional.
Isto é o que se depreende das declarações à imprensa por parte de alguns delegados que participaram da sessão a portas fechadas do Conselho Permanente da organização. A reunião teve duração de duas horas, mas os porta-vozes da OSCE tinham advertido antes do início de que não se previa entrevista coletiva nem comunicado oficial sobre seu resultado.
Ao deixar o encontro, o chefe da missão permanente da Rússia perante a OSCE, Vladimir Voronkov, assegurou:
— Isto não é nenhum conflito entre Rússia e Geórgia, é algo que rejeito categoricamente — disse.
Ele afirmou que Moscou mantém seu propósito de enviar só 500 soldados russos à região
georgiana da Ossétia do Sul, como parte das
tropas internacionais de paz que se encontram estacionadas ali desde 1992.
Segundo Voronkov, a Rússia não enviou mais tropas nem tanques à zona em conflito. No entanto, o representante georgiano, Victor Dolidze, acusou a Rússia de apoiar militarmente os separatistas da conflituosa região e disse que espera que a comunidade internacional pressione Moscou para conseguir o fim da "intervenção".
— A Geórgia se encontra em uma situação de defesa própria — disse Dolidze, que negou que o Exército do país tenha desdobrado uma ofensiva militar na Ossétia do Sul.
— Não é uma ação militar, é uma operação anti-criminosa, para proteger nossos civis pacíficos, tanto georgianos quanto ossétios — afirmou.
Segundo fontes diplomáticas citadas pela agência austríaca APA, na sessão a portas fechadas o delegado georgiano denunciou que o território do país estava sendo bombardeado desde a madrugada de sexta-feira.
— Se isto não é
guerra, o que é? — questionou Dolidze, segundo as fontes.
Mas Voronkov respondeu que "a história é diferente" e acusou Tbilisi de ter destruído totalmente oito aldeias na região. Segundo o texto de seu discurso, que vazou à imprensa, o delegado russo acusou a Geórgia de desenvolver uma "estratégia de terra queimada" na zona e advertiu de que Moscou não abandonará a sua sorte os cidadãos da Ossétia do Sul nem as forças de paz na região.
Além disso, responsabilizou também a política dos Estados Unidos, ao ressaltar que o Kremlin vê "um fator internacional" na escalada do conflito suscitada hoje:
— A situação é o resultado de uma política de apaziguamento de determinados Estados que abastecem a Geórgia com armas (...), entre eles, também os Estados Unidos — afirmou Voronkov.
Por sua parte, os EUA, de acordo com o discurso da missão permanente do país perante a OSCE divulgado à imprensa, destacou o apoio à "soberania e integridade territorial da Geórgia".
— Estamos
muito preocupados sobre os relatórios que indicam que um grande
número de tropas e tanques russos estão passando o túnel de Roki, em violação da soberania e integridade da Geórgia — assinalou a representação americana.
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