| 02/09/2008 19h29min
César Cielo foi o grande destaque desta terça-feira no Corinthians, onde está sendo disputado o Troféu José Finkel. O nadador, medalha de ouro em Pequim, não entrou na água, mas chamou a atenção pelas críticas que fez à Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA). O atleta se disse chateado com a falta de reconhecimento da entidade:
— Só recebi parabéns até agora. Estou na mesma situação que antes das Olimpíadas. Não associo a minha imagem à CBDA, que só quer encher o saco — desabafou.
Cielo afirmou que se não conquistasse a medalha seria detonado pela CBDA, que não ganhou um só centavo com a vitória, e que no Brasil é preciso chorar por pouco.
— Sei que alguém vai me dar um prêmio, mas não sei quem é e não sei quanto é. O único dinheiro que vi até agora foi o do desfile. Mas isso é com o meu pai. Aqui no Brasil a gente tem que chorar até por um maiô.
CBDA forçou encontro do
atleta com Lula
O nadador citou alguns
momentos que o fizeram se irritar com a CBDA. Segundo ele, tirando o corte de patrocínios em 2006 e a revolta da confederação com a sua ida para os Estados Unidos, o pior de todos foi quando não compareceu ao encontro com o Presidente Lula, no Palácio do Planalto.
— Paguei várias competições do meu bolso por ser atleta profissional. Às vezes, os Correios dão uma grana, mas enrolam. De 2006 até o Pan, meu pai bancou tudo. Só nesta temporada, já gastamos US$ 2,5 mil. Mas o cúmulo foi a cobrança da CBDA em cima dos meus pais sobre a minha ida ao Planalto. Eu estava nos Estados Unidos, e a CBDA ficava ligando para os meus pais, atrapalhando o serviço deles.
"Agora eles estão na minha mão"
Cielo disse que seus pais quiseram poupá-lo para as Olimpíadas e não contavam sobre os telefonemas. Revoltado, ele afirma que a CBDA vai ter que aturá-lo nos próximos quatro anos.
— Agora eles estão na minha
mão. Sou campeão olímpico, estou no meu direito. O que eles
quiserem fazer, vai voltar. Estou falando tudo isso porque quero que todo mundo saiba a verdade — justificou.
Presidente da entidade não comentou o caso
Procurado pelo site Globoesporte.com, o presidente da CBDA, Coaracy Nunes, não se prolongou no assunto. Mostrando desconforto, ele quis logo desligar o telefone.
— Não tenho nada a dizer. Mas ao invés de ajudar, vocês só atrapalham.
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