| 21/10/2008 03h54min
A rotina de deixar diariamente o Beira-Rio sem dar declarações foi quebrada ontem pelo argentino D’Alessandro. Encostado à porta de vidro da entrada do vestiário, com uma tiara preta domando o topete moicano, o meia criado no River Plate falou por 10 minutos. E admitiu que eliminar o Boca Juniors na Sul-Americana “terá um gostinho especial”, mesmo que considere o Gre-Nal como um jogo mais importante.
— Não tenho ódio, mesmo tendo passado 16 anos no River. Mas sempre quero ganhar deles. Vou gritar muito se marcar um gol — avisou.
Formado nas categorias de base do River, D’Alessandro começou a disputar o maior clássico argentino ainda como infantil. Jorge Gordillo, o primeiro técnico a fixá-lo como articulador, aos 17 anos, destaca uma característica do jogador nos clássicos.
— Ele entrava, como se diz aqui, com os dentes bem apertados. Jogava como se fosse a última partida — conta.
Entenda como joga o Boca Juniors
D’Alessandro nunca perdeu na Bombonera. Como profissional, foram quatro jogos contra o Boca, com uma vitória, dois empates e uma derrota. Ontem, ele emocionou-se ao recordar do único gol marcado contra o rival. Foi em 2003, num empate em 2 a 2, dentro da Bombonera. “Foi lindo”, resumiu.
Na última temporada, já no San Lorenzo, D’Alessandro acumulou mais uma vitória no currículo contra o adversário de amanhã. Apesar de temperamental, nunca se envolveu em confusões no clássico, seja com os jogadores, dentro de campo, ou com a torcida, cuja rivalidade ultrapassa as arquibancadas.
— Ele sempre manteve uma relação
bastante cordial, inclusive com Tevez, que defendia o Boca — conta Martín
Eula, repórter do jornal Olé.
Convocado pelo técnico Tite, D’Alessandro explicou ao grupo, no vestiário, as características do adversário de amanhã. Destacou que o Boca tem por característica não desistir nunca dos lances, atacar e defender em velocidade e manter os jogadores muito próximos uns dos outros.
Alertou, também, que o fato de o técnico Carlos Ischia optar por um time de reservas, privilegiando o Torneio Apertura, não facilita as coisas.
— O Boca não tem time B. Será um jogo muito difícil. Vou fazer minha parte, que é defender a camisa do Inter à morte e tentar deixar o torcedor feliz — prometeu o jogador.
Concentrado no jogo, evitou telefonar nos últimos dias para Gracián, Alvaro González, Cristian Chávez e Luciano Figueroa, alguns de seus amigos no Boca.
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