| 08/12/2008 17h20min
O goleiro Rogério Ceni coçou o nariz, contrariado, ao ouvir uma lamentação do meia Tcheco no início da tarde desta segunda-feira. Para o jogador do Grêmio, a suspeita de suborno ao árbitro Wagner Tardelli diminui o título brasileiro conquistado pelo São Paulo.
Tardelli estava escalado para apitar a partida entre São Paulo e Goiás, domingo, no Gama. Foi substituído por Jaílson Macedo Freitas depois de um alerta de Marco Polo Del Nero, presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF), à Confederação Brasileira de Futebol (CBF): o árbitro teria recebido ingressos para o show da cantora Madonna, que se apresentará no Estádio do Morumbi.
– Foi lamentável. Esse caso do juiz tira o brilho da conquista do São Paulo – comentou o vice-campeão Tcheco, que pareceu perceber o descontentamento de Rogério Ceni ao seu lado. – Mas o merecimento continua – ponderou.
Com uma camisa esporte branca, listrada em vermelho e preto, Rogério defendeu a idoneidade dos dirigentes do clube de coração.
– Estou 18 anos no São Paulo, conheço todo mundo e sei que jamais alguém faria alguma coisa desse tipo. Sem nunca ter jogado no Grêmio, posso falar que eles também não compactuariam – discursou.
Sem mencionar Marco Polo Del Nero (o São Paulo rompeu relações com a FPF), o goleiro exigiu que o responsável pela denúncia a Wagner Tardelli fosse punido.
– Há muita inveja dentro do futebol. Quem fez isso queria tirar o brilho da conquista do São Paulo – acusou. Para Tcheco, o autor da suspeita conseguiu o objetivo citado por Ceni.
Na manhã desta segunda-feira, Ricardo Teixeira, presidente da CBF, reuniu-se com Del Nero, Carlos Eugênio Lopes, diretor-jurídico da FPF, e Sérgio Corrêa, presidente da comissão nacional de arbitragem. Decidiu-se pelo encaminhamento do caso ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), para a instauração de inquérito.
– Perder é difícil. Não saber perder é triste. Não saber ganhar é pior ainda. Por isso, para mim esse factóide que criaram é inexistente – disse Rogério Ceni, que preferiu falar sobre as Bolas de Prata e de Ouro recebidas como destaque do Campeonato Brasileiro. Já Tcheco pouco comentou sobre o seu prêmio, de melhor meia-armador.
A 10 é de Tcheco
No meio desta temporada, o Grêmio sofreu a baixa do meia Roger, negociado com o futebol do Catar. Tcheco, então, ouviu os comentários de que a equipe precisava de um novo camisa 10, de uma referência no meio-campo, mas não se abalou e fez por merecer ser considerado o "astro" da equipe. Nesta segunda, ele comemorou crescimento que teve na equipe.
– Quando o Roger saiu, ficou um pepino na minha mão. Todo mundo falava que o Grêmio tinha perdido sua referência, que era preciso um novo camisa 10. Mas eu me dei bem no meio-campo e tudo deu certo – diz o capitão gremista.
O título do Brasileirão coroaria o bom ano de Tcheco no Grêmio, mas outro fato o faz se sentir dessa maneira: a relação com a torcida. Aplaudido no Olímpico após a vitória sobre o Atlético-MG neste domingo, pela última rodada do Brasileirão, o meia confirmou que está nas graças da torcida. Tanto que deu uma volta pelo estádio como se tivesse sido campeão.
– A relação da torcida com o time pesa bastante nessa hora. Por isso que eu não quero aceitar nenhuma proposta. Quero ficar aqui – disse Tcheco.
O meia certamente será um dos principais jogadores do elenco tricolor para a disputa da Libertadores, competição que, após o vice brasileiro, virou praticamente uma obsessão para a diretoria tricolor.
Tcheco acha que caso envolvendo suspeita de suborno ao árbitro Wagner Tardelli tira brilho da conquista do São Paulo
Foto:
Valdir Friolin
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