O Parlamento palestino assinou nesta terça, dia 18, a lei que cria o cargo de primeiro-ministro, o que reduz o poder do presidente Yasser Arafat. Os Estados Unidos elogiaram a medida, mas criticaram o fato de Arafat ainda manter importantes atribuições.

A proposta, que era uma exigência dos Estados Unidos para a retomada do processo de paz com Israel, foi aprovada por 69 votos a favor e um contra. Em seguida, Arafat sancionou a lei, que retirou dele a capacidade de nomear e demitir ministros, mas preservou seu controle sobre a segurança e as negociações de paz.

O novo primeiro-ministro deve ser o moderado Mahmoud Abbas, cuja nomeação deve ocorrer dentro de duas semanas. Ele comandará o dia-a-dia do governo e terá, entre outras, a atribuição de combater a corrupção e conter os militantes violentos que lutam contra Israel. Conhecido como Abu Mazen, Abbas considera que os atentados afastam os palestinos da independência. Ele foi um dos arquitetos do primeiro acordo de paz na região, há 10 anos, e goza de considerável respeito em Israel.

Em Washington, o secretário de Estado, Colin Powell, afirmou que a criação do cargo é um passo positivo. Ele disse, entretanto, que a maior decepção com a nova lei foi na área da segurança, já que essa área parece permanecer integralmente nas mãos do presidente Arafat.

Israel acusa Arafat pelos freqüentes atentados que o país sofre e exige que ele seja afastado como pré-condição para a retomada das negociações. Arafat, que nega o incentivo à violência, teve de fazer concessões por causa do isolamento diplomático, da pressão militar de Israel e das disputas dentro da sua facção, a Fatah.

Se as reformas forem efetivamente levadas a cabo, os Estados Unidos prometem defender a proposta que prevê a criação de um Estado palestino até 2005.

Com informações da Agência Reuters.