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Um ataque cirúrgico deflagrou, por volta das 5h35min de hoje (23h35min de ontem em Brasília), a guerra liderada pelos Estados Unidos contra o Iraque.
O primeiro míssil atingiu Bagdá aproximadamente uma hora e trinta minutos depois de terminado o prazo para que o presidente iraquiano, Saddam Hussein, embarcasse para o exílio junto com seus filhos e colaboradores mais próximos.
Segundo o Pentágono, a primeira chuva de mísseis Tomahawk - pelo menos duas dezenas, segundo a CNN - tinha como objetivo atingir instalações da liderança iraquiana indicadas pela inteligência americana. As forças americanas também usaram bombas de precisão lançadas pelos Nighthawks F-117, os aviões de combate %26quot;invisíveis%26quot; das forças armadas.
A Casa Branca chamou a ação de ontem de %26quot;decapitation attack%26quot;, ou ataque de decapitação, que, segundo eles, poderia desestabilizar Saddam antes de ele começar a se defender. Os primeiros ataques, conforme
autoridades americanas, foram
concentrados no norte de Bagdá. Por enquanto, o centro da cidade seria poupado. Um grande incêndio foi avistado nos arredores do Rio Tigre, sudoeste de Bagdá. Aparentemente, as chamas procederiam de alguma refinaria de petróleo.
O presidente dos EUA, George W. Bush, fez seu primeiro pronunciamento oficial cerca de 30 minutos depois de as sirenes terem começado a soar em Bagdá. Em apenas quatro minutos, anunciou uma campanha ampla e deixou claro que o ataque será o mais preciso possível. Admitiu, entretanto, que a guerra poderia ser mais longa e difícil do que se espera. O presidente também afirmou que os Estados Unidos %26quot;não têm nenhuma ambição no Iraque%26quot; e que suas tropas estarão voltando para casa assim que %26quot;cumprirem seu dever%26quot;.
Enquanto Bush falava, bombas continuaram a cair sobre Bagdá, e a principal freqüência da rádio estatal iraquiana parecia ter sido assumida pelo exército dos EUA.
- Este é o dia pelo qual
estávamos esperando - anunciou um
locutor, em árabe, logo após a transmissão ser bruscamente cortada por alguns minutos.
Por volta das 2h de hoje (horário de Brasília), teria começado o ataque contra posições iraquianas na fronteira, o que poderia abrir caminho para uma ofensiva terrestre. Tropas posicionadas no Kuwait avançaram ontem em direção ao Iraque. Durante o dia, divisões do exército e dos fuzileiros dos EUA partiram enfileirados em um arco de 26 quilômetros de extensão. Fortes tempestades de areia chegaram a dificultar os avanços das tropas em terra que até ontem estavam estacionadas no deserto do Kuwait. A poeira levantada reduziu a visibilidade a poucos metros, mas não adiou o esperado ataque, como imaginavam os iraquianos. Pouco antes, usando roupas especiais contra armas químicas, soldados dos EUA penetraram na zona desmilitarizada - faixa de 15 quilômetros que divide o Iraque do Kuwait - e instalaram postos de observação.
Antes do fim do ultimato, aviões de guerra que decolaram de
pelo menos dois
porta-aviões dos EUA atingiram alvos no sul do Iraque. Uma aeronave que partiu do porta-aviões Abraham Lincoln bombardeou instalações de comando e controle no sul do Iraque, depois que aviões de patrulha da coalizão anglo-americana na zona de exclusão aérea foram alvo de forças iraquianas. A informação foi dada pelo almirante John Kelly, a bordo do Lincoln. Mais tarde, oito F-18 Hornets e dois F-14 Tomcat que partiram do Kitty Hawk atingiram alvos no sul do Iraque.
Declarações de autoridades da aliança anglo-americana apontam que, nas próximas 48 horas, mais de 3 mil armas inteligentes serão lançadas, das quais pelo menos 500 serão mísseis Tomahawk. Para comparação, durante toda a Guerra do Golfo (1991) foram lançados 290 desses mísseis.
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