O inquérito policial sobre o acidente com a delegação do Brasil-Pe, ocorrido em 15 de janeiro, foi enviado à Justiça nesta segunda sem conclusões. Segundo o delegado de polícia de Canguçu, Félix Fernando Rafanhim, a possibilidade de indiciamento do motorista é grande:

— A probabilidade de indiciamento do motorista pelo excesso de velocidade por imprudência dele é bem grande, tendo em vista os depoimentos coletados. Mas a perícia que deve corroborar com os depoimentos ou não — observou.

De acordo com o delegado, ainda faltam algumas peças para que o inquérito seja concluído e haja a decisão pelo indiciamento ou não de Wendel Vergara, 29 anos, que ainda não prestou depoimento por razões de saúde. Ele deve se apresentar à polícia nesta semana.

— Faltam as perícias técnicas, tanto a do local, quanto a mecânica efetuada no veículo. Falta também o depoimento do motorista. Ele entrou em laudo psiquiátrico. O advogado dele, possivelmente, irá apresentá-lo nessa semana. Como o motorista é investigado desde o início do procedimento, ele tem, inclusive, o direito de ficar calado, não se manifestar na delegacia — explicou Rafanhim.

O delegado salientou que as perícias devem ser totalmente concluídas em 30 dias. Sobre o sumiço dos discos do tacógrafo do ônibus, Félix comentou que há outras formas de precisar qual era a velocidade do ônibus no momento do acidente.

— Os depoimentos que foram coletados até o momento não apontaram testemunhos de alguém que tivesse visto a retirada dos discos do tacógrafo. Mas a falta dos discos, na nossa expectativa, não vai prejudicar o resultado final, tendo em vista que foi feita a perícia no local do fato declarou.

O acidente ocorreu na noite de 15 de janeiro, no acesso da RS-471 à BR-392, nas proximidades de Canguçu. Ao ingressar no anel que liga as duas rodovias, o motorista perdeu o controle do ônibus, que tombou de uma altura de 40 metros. Três pessoas morreram: o atacante e ídolo xavante Claudio Milar, o zagueiro Régis Gouveia e o preparador de goleiros Giovani Guimarães.