| 24/02/2009 05h37min
Partiu do capitão Tcheco a manifestação mais contundente sobre a maratona de três jogos em cinco dias que o Grêmio pode encarar nesta semana de estreia na Copa Libertadores. Amanhã, o time começa
a busca pelo tri da América contra o Universidad de Chile administrando o fôlego para uma decisão de turno no Gauchão. Por isso, o capitão tomou posição firme nesta
terça-feira:
– No Brasil é assim: o calendário é feito com a cabeça no dinheiro e nas questões políticas. Isso só mudará quando um jogador morrer em campo por cansaço. Temos uma semana importante e nossos jogos serão a cada dois dias. Isso é um absurdo – destacou.
O atacante Jonas, sempre comedido, até tímido em suas entrevistas, também levantou a voz para criticar o ritmo de jogos com menos de dois meses de temporada:
– Estamos apenas no mês de fevereiro, e já começamos a fazer sacrifícios por causa do calendário – comentou.
A saída adotada pelo Grêmio para encarar a maratona será o descanso. A programação imposta por Celso Roth para a segunda-feira de Carnaval previa comer bem e dormir cedo no Hotel Deville. O técnico concentrou todos os jogadores disponíveis para a estreia na Libertadores, às 22h desta quarta, contra o Universidad de Chile.
Será assim até o domingo. Os jogadores só dormirão em casa duas noites
nesta semana: amanhã, depois de encarar os chilenos, e
sexta-feira, após encarar o Veranópolis. Se vencer, o Grêmio volta a campo no domingo, para disputar a final da Taça Fernando Carvalho.
O aperto no calendário fez do preparador físico Beto Ferreira e da nutricionista Roberta Vieira peças importantes do time. Como a ordem é treinar ou jogar e repousar, os jogadores obedecerão a uma rotina nos próximos dias: trabalho em campo, descanso no quarto e reposição de energias no refeitório.
A dieta dos jogadorse será à base de carboidratos e aminoácidos para acelerar a recuperação após as partidas.
A partir de quinta-feira, haverá avaliações físicas e médicas a cada turno. Roth só definirá a relação de jogadores para enfrentar o Veranópolis depois de ouvir médicos e preparadores. Quem estiver desgastado ou com dores estará fora - o mesmo critério vale para a possível decisão de domingo.
– Teremos uma sequência desumana pela frente. A única maneira de enfrentá-la será com esses cuidados e com
o inevitável revezamento de jogadores – avisou
Ferreira.
Para justificar a utilização de praticamente dois times na Libertadores e na semifinal do Gauchão, o preparador toma como exemplo o São Paulo de 2008. Ele lembra que, no primeiro semestre, Muricy Ramalho arriscou disputar a Libertadores e o Paulistão com poucas mudanças no time. Acabou eliminado das duas competições e só conseguiu recuperar o grupo no segundo turno do Brasileirão, quando chegou ao título.
– Não poderemos ganhar tudo, é preciso abdicar de certas coisas. Nossa prioridade é a Libertadores – disse Ferreira.
Tcheco: No Brasil, o calendário é feito com a cabeça no dinheiro e nas questões políticas
Foto:
Valdir Friolin
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