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Depois de 20 dias do conflito militar no Iraque, Bagdá amanheceu nesta terça, dia 20, ao som dos ruídos dos aviões, da artilharia e sob o intenso bombardeio dos tanques norte-americanos. Naquela que pode ter sido a maior ofensiva contra os órgãos oficiais do presidente Saddam Hussein, os ministérios foram os alvos de investidas contínuas e violentas.
Aviões A-10 Warthog de ataque terrestre voaram em círculos, em baixa altitude, despejando bombas e lançando fachos de luz para se proteger de mísseis antiaéreos iraquianos. Sobre o Rio Tigre, a ponte Jumhuriya, uma das artérias principais do centro da Capital, curvou-se a bombas e granadas. Três quilômetros adentro do centro adminstrativo do Iraque, helicópteros combateram contra soldados iraquianos armados com rifles e com granadas lançadas por foguete.
Em meio à fumaça que se elevava dos alvos atingidos pelos EUA, notava-se logo pela manhã as marcas de bala no edifício-sede da TV Al-Jazeera. O cinegrafista Tarek Ayoub, acompanhando ao vivo as manobras de uma das aeronaves norte-americanas, foi atingido: a câmera seguiu transmitindo mesmo depois da queda do profissional. Ayoub morreu em seguida.
A morte do cinegrafista elevou para 10 o número de jornalistas mortos no Iraque. Depois de uma explosão no Hotel Palestina, pelo menos quatro correspondentes da Reuters e outro cinegrafista, da Espanha, ficaram feridos. É nesse hotel que a maior parte da imprensa internacional está abrigada. Os EUA admitiram ter alvejado o prédio:
– Um tanque estava sendo atingido por fogo de pequenas armas e RPG (granada lançada por foguetes) do hotel e revidou contra o alvo com um disparo – contou o general Buford Blount, comandante da 3ª Divisão de Infantaria.
Bagdá foi tomada por ambulâncias que carregavam um amontoado de vítimas para os hospitais lotados e sem condições de atendimento. Faltam medicamentos, aparelhos e anestesia.
No centro do conflito, o ministro
da Informação do Iraque, Mohammed Saeed al-Sahaf,
colocou-se à frente do Hotel Palestina para afirmar que as forças de Saddam Hussein "destruiriam'' os invasores e ameaçar:
– Eles vão se render ou ser queimados em seus tanques!
Com informações da agência Reuters.
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