| 24/04/2003 15h54min
O Irã rejeitou nesta quinta, dia 24, sugestões dos Estados Unidos de que estivesse interferindo no cenário político do Iraque de forma a promover o papel da maioria xiita e defendeu a participação de todas as etnias iraquianas no futuro governo do país.
Nesta quarta, dia 23, os Estados Unidos alertaram o Irã para ficar fora da política iraquiana em meio a preocupações de que os xiitas iranianos estivessem incentivando a criação de uma república islâmica no país vizinho.
Num sinal da pressão norte-americana, o Comando Central dos Estados Unidos no Catar anunciou que fuzileiros navais haviam iniciado patrulhas em partes da fronteira com o Irã a fim de "manter a integridade territorial iraquiana".
– Naturalmente, a maioria do Iraque é xiita, mas nós não estamos insistindo num papel para eles – afirmou o ministro das Relações Exteriores do Irã, Kamal Kharrazi. – Nós consideramos que xiitas, sunitas, turcos e árabes são iguais e todos devem ser representados num Iraque democrático.
Os líderes religiosos iranianos, usando sua influência sobre a comunidade xiita do Iraque, haviam aconselhado os iraquianos a "renunciar à violência, pensar na unidade do país e agir para formar um governo livre e democrático", segundo Kharrazi.
– Isso não é interferência – argumentou o ministro, acrescentando que um novo governo iraquiano, interino ou permanente, deveria ser supervisionado pelas Nações Unidas.
O Irã era inimigo do regime de Saddam Hussein, que usou armas químicas contra tropas iranianas na guerra de 1980 a 1988, mas também tem sérias divergências com os Estados Unidos desde 1979, quando ocorreu a revolução islâmica que derrubou o regime do xá Reza Pahlevi.
As informações são da agência Reuters.
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