| 23/05/2003 11h11min
O primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, concordou em submeter o "mapa da paz" à aprovação de seu gabinete, desde que os Estados Unidos se manifestem publicamente sobre as ressalvas israelenses à proposta. Fontes diplomáticas ligadas ao governo daquele país informaram nesta sexta, dia 23, que a votação no gabinete pode ocorrer até domingo, caso a declaração da Casa Branca, a ser feita ainda neste dia 23, mencione as principais preocupações de Israel sobre o plano, já aceito pelos palestinos.
Qualquer aprovação por parte do governo israelense só deve incluir as linhas gerais do plano, não os detalhes. Diplomatas acham que isso já basta para romper o impasse de 31 meses no processo de paz do Oriente Médio.
Autoridades norte-americanas garantem que o presidente George W. Bush está disposto a se reunir com os primeiros-ministros Sharon e Mahmoud Abbas, da Autoridade Palestina. O encontro só ocorreria, entretanto, depois que Israel aceitasse o plano e seria realizado em Genebra ou no balneário egípcio de Sharm el Sheikh.
O governo Bush insiste que não há mudanças possíveis na proposta, que prevê medidas recíprocas contra a violência e a criação de um Estado palestino até 2005. Para acatar o plano, Israel quer deixar claras suas preocupações quanto às futuras fases do processo, o que pode ser feito em um documento anexo ao projeto.
Se Sharon submeter a proposta ao gabinete, deve enfrentar oposição por parte dos partidos de extrema-direita que participam de sua coalizão. Esses grupos se opõem a dois pontos básicos do plano: o fim da expansão dos assentamentos judaicos na Cisjordânia e na Faixa de Gaza e a independência dos palestinos.
O atual impasse entre palestinos e israelenses se deve ao fato de que nenhum deles quer dar o primeiro passo na implantação da proposta redigida pelos Estados Unidos, com apoio de Rússia, União Européia e da Organização das Nações Unidas (ONU). Sharon se recusa a suspender as restrições contra os palestinos até que Abbas neutralize os militantes violentos que cometem ataques suicidas contra alvos israelenses. Do outro lado, o líder palestino, nomeado no mês passado, disse que só vai agir quando Israel aceitar o plano de paz.
As informações são da agência Reuters.
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