| 27/05/2003 15h52min
O secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, apresentou oficialmente nesta terça, dia 27, em Nova York, o brasileiro Sérgio Vieira de Mello como seu representante especial no Iraque pós-guerra. Este é o mais alto cargo reservado à Organização na reconstrução do país.
Vieira de Mello irá para o país na próxima segunda, dia 2 de junho. Durante a visita, ele pretende passar por todas cidades iraquianas. O brasileiro rebateu às críticas de que a ONU estaria ausente da região.
– As Nações Unidas não estão ausentes, elas têm uma presença considerável no país e estão fazendo um trabalho fabuloso – disse Vieira de Mello.
Durante a entrevista coletiva, o brasileiro declarou que não dá para comparar a situação do Timor Leste com a do Iraque. Mello coordenou a reconstrução do país que passou por terrível disputa depois do domínio da Indonésia.
– Obviamente o nível de autoridade é diferente no caso do Iraque, como no caso do Afeganistão. Sempre disse que o Timor Leste seria uma operação sui generis, que não se repetiria. Diziam que no Timor Leste que eu era um ditador benevolente. Não será assim no Iraque nem deveria ser. O Iraque é um país independente há muito tempo, tem 6 mil anos de história e pode se autogovernar – disse Vieira de Mello.
Ele destacou ainda que o maior problema no Iraque é a questão da segurança. E que sem o restabelecimento da ordem não será possível começar a reconstrução do país. O representante brasileiro afirmou que sua primeira missão é travar contato com os iraquianos. O enviado especial ressaltou que irá conversar com vários representantes da sociedade iraquiana.
– O povo iraquiano é que deve decidir seu futuro – afirmou Mello.
Em sua apresentação na sede das Nações Unidas, ele destacou que todas as nações envolvidas no conflito no Oriente estavam cientes sobre a responsabilidade de respeitar as resoluções da convenção de Genebra. Ele declarou ainda que espera ter acesso aos iraquianos capturados e sob a custódia das tropas anglo-americanas no Iraque.
Mello, que é filho de um diplomata, não fala árabe, mas é fluente em português, inglês, francês, espanhol e italiano. Ele precisará trabalhar em conjunto com Estados Unidos e Grã-Bretanha para coordenar a entrega de ajuda humanitária à população, os projetos de reconstrução, o regresso de refugiados, a proteção dos direitos humanos e o processo de escolha do novo governo local.
As informações são da Globo News.
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