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Os países em desenvolvimento encerraram neste domingo, dia 1º, a sua participação no encontro do G8, mas algumas de suas proposições terão repercussão nesta segunda, quando o evento será restrito aos representantes dos sete países mais ricos do mundo e a Rússia. Uma delas será a proposta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de criação de um fundo internacional de combate à fome, a ser introduzida na pauta pelo presidente da França, Jacques Chirac.
Em entrevista coletiva, Chirac fez elogios ao discurso de Lula, dizendo ter sido muito claro. Ele afirmou que concorda totalmente com a proposta da taxação do comércio de armas para financiar um fundo mundial de combate à fome, mas ponderou sobre a viablidade técnica para se criar mecanismos de distribuição do fundo.
Um outro tema abordado por Lula foi reforçado pelo diretor-gerente do Fundo Monetário Internaciona, Horst Köhler. Lula cobrou coerência dos países na promoção do crescimento econômico das nações em desenvolvimento.
– O Brasil e muitos países em desenvolvimento fizeram, na última década, o esforço exigido pelas estratégias econômicas predominantes. Mas não houve avanços importantes no combate à exclusão social. Ao contrário, onde o fundamentalismo imperou não se alcançou a prometida estabilidade econômica – declarou Lula.
Köhler comentou que os países ricos fizeram a exigência de austeridade fiscal, mas só têm produzido déficits. Na entrevista coletiva, Lula disse que achou importante a cobrança do presidente do FMI por uma posição tanto dos Estados Unidos quanto da Europa.
– Ele cobrou uma preocupação para que tomem medidas para evitar a crise, senão será desastroso para o mundo nos próximos anos – disse o presidente.
Entre o almoço em que foram antecipados alguns temas dos discursos e a reunião de trabalho, duas horas depois, Lula conversou por alguns minutos com o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, nos jardins do Hotel Royal Parc de Evian. Em uma conversa informal, eles levantaram alguns assuntos a serem abordados no encontro oficial que terão no dia 20, na Casa Branca, em Washington. Lula não quis antecipar o assunto, alegando questões diplomáticas, mas o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, adiantou que serão abordados temas da área comercial e cooperações nas áreas de educação e ciência e tecnologia.
O presidente brasileiro também enfatizou, por diversos momentos, a importância da cooperação entre os países em desenvolvimento para vencer os desafios da falta de crescimento.
– Uma coisa importante, que pelo menos eu descobri, é que os países em desenvolvimento não precisam ficar esperando os países do G8 convidarem para que a gente faça as reuniões que a gente tem que fazerm – disse ele aos jornalistas.
Lula aproveitou a estada em Evian para já pôr em prática as suas teses. Realizou encontros bilaterais com os representantes do Senegal, África do Sul, Arábia Saudita, Argélia e Nigéria. Nesta segunda, os encontros prosseguem com os líderes da China e da Índia.
Tambem estão programadas, para os próximos meses, visitas à África do Sul, Oriente Médio e, provavelmente, Rússia.
No encontro com o presidente da Argélia, Addelaziz Boutlefika, Lula anunciou a ajuda humanitária ao país, vitimado recentemente por terremoto. A Vladimir Putin, da Rússia, fez o convite para uma visita ao Brasil. Mas, segundo Amorim, o mais provável é que Lula vá a Moscou, já que o país se prepara para eleições em março.
As informações são da Agência Brasil.
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