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Um dia depois da negociação sobre a reforma da Previdência, o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Luiz Marinho, foi recebido nestea sexta, dia 18, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e refez todas as reivindicações da central sindical que, mais uma vez, não foram atendidas.
No início do encontro, Marinho entregou a Lula um boné da CUT, mas pediu para o presidente usar apenas se atendesse às reivindicações da central. Lula pegou o boné e não colocou na cabeça. Na saída do encontro, Marinho pegou o boné de volta.
– Foi uma brincadeira saudável, temos liberdade para isso. Eu disse a ele que daria (o boné) se atendesse às reivindicações, como ele não atendeu, eu trouxe de volta – disse Marinho a jornalistas após o encontro com Lula.
– Não estamos frustrados com o presidente, estamos conscientes com os papéis que cada um representa neste momento, nós vamos insistindo... O presidente ficou de pensar sobre as questões colocadas e disse que se for o caso voltaremos a falar no assunto – acrescentou o presidente da CUT.
Marinho disse ainda que Lula lembrou que a instância para qualquer alteração na reforma é o Congresso.
– Se não mudar da forma que nós queremos no plenário da Câmara, nós vamos insistir no Senado até o último segundo – disse ele. – Vamos fazer todo o tipo de pressão e diálogo para convencer o conjunto dos parlamentares a inserir (as alterações) ao longo da discussão em plenário, para que haja proteção aos baixos salários – acrescentou.
A CUT quer a retirada do redutor de 5% para os salários de quem se aposentar antes da idade mínima (55 anos para mulheres e 60 para homens), o aumento do teto proposto para as aposentadorias dos futuros servidores, fixado em R$ 2,4 mil, e o aumento do teto para a cobrança dos inativos (R$ 1.058).
– O relatório apresentado ontem (quinta) traz proteção para os melhores salários, mas não para os menores – acrescentou Marinho. – (Essas mudanças) seriam justas e combinariam com a visão que o presidente sempre apresentou ao nosso país.
Marinho voltou a afirmar que a central sindical está aberta à negociação e que, se o presidente oferecer algum tipo de compensação, isso será estudado. Ele não deu detalhes sobre o tipo de compensações que poderiam ser aceitas.
O presidente da CUT disse ainda que mantém a posição de apoio à greve dos servidores, mas não apóia a retirada da PEC 40 do Congresso, como querem as outras entidades coordenadoras da paralisação.
Ao ser questionado se a CUT sairia magoada da negociação da reforma, Marinho respondeu apenas "de jeito nenhum". Segundo ele, ainda há margem de negociação.
– Algumas entidades da sociedade acreditam que se deve malhar o funcionalismo público, idéia que eu não partilho.
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