Os agricultores do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) que deixaram na manhã desta segunda, dia 21, o Viaduto da Várzea do Passo Verde, em São Sepé, na região central do Rio Grande do Sul, chegaram no início da tarde à Vila Block, distante 12 quilômetros. Os sem-terra montam acampamento às margens da BR-392, onde devem permanecer durante a noite e a madrugada desta terça, dia 22, para partir, em seguida, rumo a uma propriedade cedida por um simpatizante do movimento.

A marcha foi acompanhada por mais de 50 oficiais da Brigada Militar e da Polícia Rodoviária Federal. Os ruralistas, que impediam a caminhada dos agricultores rumo a São Gabriel, na fronteira oeste gaúcha, monitoram o deslocamento dos sem-terra a distância. O Movimento de Produtores em Defesa da Propriedade garante que a vigília se estenderá pela madrugada e que o número de pessoas envolvidas aumentará.

A BR-392, palco de um impasse que começou na manhã de sábado, dia 19, e seguiu até a madrugada desta segunda, dia 21, está com trânsito liberado. O fim do conflito, conquistado após a liberação da passagem pelos produtores rurais, ocorreu devido ao comprometimento de Brigada Militar de escoltar a marcha dos agricultores.

O secretário da Justiça e Segurança do RS, José Otávio Germano, prometeu que os colonos serão cadastrados pela BM e que as crianças que seguem na caminhada devem ser retiradas. A Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) irá observar a identificação.

A marcha dos sem-terra foi retomada na última sexta, dia 18. Os colonos pretendiam deixar o município de São Sepé e prosseguir mais 18 quilômetros na manhã do último sábado em direção a São Gabriel, onde fica a área do agropecuarista Alfredo Southall – cuja desapropriação, determinada pelo governo federal, foi suspensa por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) –, mas foram parados por um grupo de agricultores.

As informações são do repórter Leandro Staudt da Rádio Gaúcha.