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 | 24/07/2003 11h26min

Delegado nega que detidos sejam suspeitos da morte de fotógrafo

O delegado Nelson Guimarães, do departamento que reúne as delegacias da região de São Bernardo do Campo, não quis confirmar que duas pessoas detidas nesta madrugada sejam suspeitas do morte do fotógrafo Luiz Antônio da Costa, da revista Época. Ele contradisse a informação dada momentos antes pela Delegacia Seccional de São Bernardo do Campo, de que dois homens suspeitos do crime haviam sido presos.

Guimarães afirmou ter dúvidas e nenhuma hipótese na investigação do caso. Os dois homens foram levados para a Delegacia Seccional e deverão ser ouvidos. Luiz Antônio da Costa foi morto nessa quarta na entrada do acampamento montado por sem-teto em um terreno da Volkswagen. Uma das suspeitas é de que o assassino seja um dos homens que assaltaram o posto instantes antes.

Segundo testemunhas, o assassino de La Costa, como era conhecido o repórter fotográfico, não teria agido sozinho. Um cinegrafista, que estava em frente ao acampamento dos sem-teto em São Bernardo do Campo, onde ocorreu o assassinato, garantiu que poderia ter filmado o crime não fosse um outro suspeito, que puxou a câmera dele.

O cinegrafista, que não quis se identificar, afirmou que antes de o tiro ter sido disparado, estava captando imagens. Pouco antes do crime, teria reparado em um rapaz caminhando na direção dele. O jovem, em seguida, tentou puxar a câmera da mão do cinegrafista, momento em que Luiz Antônio da Costa era atingido.

– Quando eu olhei para ele e puxei a câmera, escutei o barulho do tiro. Se ele não tivesse puxado, realmente eu ia pegar de frente tudo – assegurou.

Uma das hipóteses investigadas pela polícia é a de que o fotógrafo teria visto ou fotografado um assalto a um posto de gasolina, próximo ao acampamento dos sem-teto, no terreno da Volkswagen, ocupado  por cerca de 3 mil famílias desde o último sábado. A revista Época, no entanto, nega que Costa tenha fotografado o roubo.

De acordo com o representante da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ariel de Castro, uma pessoa chegou com a arma em punho para assassinar o fotógrafo. Castro disse que quando o repórter iria fazer a foto, o homem deu o disparo à queima-roupa, de acordo com testemunhas.

Chamou a atenção das testemunhas a frieza com que o assassino se aproximou do fotógrafo e atirou. Ele fugiu em seguida, entrando dentro do acampamento.

Com informações da Globo News.

 
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