| 24/07/2003 19h06min
As declarações do líder nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stédile, publicadas nesta quinta, dia 24, no jornal Zero Hora, provocaram reações indignadas no Congresso entre parlamentares que integram a bancada ruralista em Brasília. Stédile conclamou os milhões de integrantes do movimento a "acabar com os produtores rurais".
O ex-ministro da Agricultura Francisco Turra leu a reportagem durante a tarde, na tribuna na Câmara, e pediu à mesa da Câmara que encaminhasse representação ao Ministério da Justiça pedindo imediata intervenção no espisódio. Segundo Turra, a declaração faz apologia à luta armada, crime previsto na Constituição.
No Rio Grande do Sul, a Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) defendeu a prisão do líder. Segundo o presidente da entidade, Carlos Sperotto, as declarações de Stédile incitam a violência no campo. A Farsul deve protocolar, juntamente com a Comissão de Agricultura da Assembléia, uma notícia-crime no Ministério Público contra o líder do MST. Ele vai pedir que promotores peçam na Justiça a prisão de Stédile.
As declarações de Stédile foram feitas na quarta, dia 23, em Canguçu. Palestrando para centenas de sem-terra e pequenos agricultores, ele disse que vai intensificar as ações em nome da reforma agrária, convocou os colonos à luta e estabeleceu um inimigo:
– A luta camponesa abriga hoje 23 milhões de pessoas. Do outro lado há 27 mil fazendeiros. Essa é a disputa – discursou.
Os 27 mil oponentes seriam os proprietários de áreas superiores a 2 mil hectares, e a oportunidade histórica, a chegada de Luiz Inácio Lula da Silva ao poder. Stédile está no Estado visitando quatro acampamentos da Via Campesina.
Com informações da Rádio Gaúcha.
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