O Campeonato Brasileiro da Série A ainda não chegou à metade, mas a campanha do Criciúma é motivo de orgulho para o futebol catarinense. Desde a contratação do técnico Lori Sandri, na nona rodada, o Tigre subiu do ameaçador 21º lugar para uma surpreendente quarta posição.

Um aproveitamento de 81,81%, em 11 jogos, obtido com a marca incrível de seis vitórias consecutivas, que assegura invencibilidade de quase 30 dias. A receita da campanha vitoriosa para Lori Sandri é simples.

– Os jogadores atenderam muito bem aos nossos apontamentos e acreditaram no trabalho – disse o técnico, que esteve impedido de comandar a equipe à beira do gramado durante oito rodadas devido a problemas contratuais e delegou a função ao auxiliar técnico Gilson Kleina.

O espírito de grupo é outro fator determinante para o sucesso da equipe. Sandri cita o exemplo do volante Léo Mineiro. Mesmo com experiência de Série A, o volante atuava como zagueiro nos treinos para suprir a ausência de jogadores no grupo para a função.

Relegado a um segundo plano por parte da torcida, Léo Mineiro ganhou a confiança do técnico e recebeu a chance para jogar como volante na vitória sobre o Grêmio.

– Levar um grupo de 33 atletas, no qual só jogam 11 jogadores, não é fácil, mas estamos conseguindo – disse Sandri, que enfrentou problemas de indisciplina durante a fase de implantação do seu trabalho, mas não perdeu o comando.

Cauteloso na palavras, Sandri admite festejar a boa fase da equipe.

– Estamos com os pés no chão. O momento é bom e temos que falar disso, mas vamos continuar trabalhando – afirmou.

Os últimos jogos e ascensão na tabela têm chamado a atenção da imprensa nacional, mas Sandri garante estar preparado para enfrentar a pressão e as eventuais consequências de uma superexposição na mídia.

– Isso eu tiro de letra. Tenho 28 anos de futebol e realizei outras campanhas vitoriosas passando por cima de Grêmio, Internacional, São Paulo e Santos –explicou, relatando os triunfos no comando de Juventude e Botafogo-SP, curiosamente outras duas equipes do interior que ousaram desafiar os grandes.

CRISTIANO RIGO DALCIN/DIÁRIO CATARINENSE