| 30/07/2003 11h03min
Militantes islâmicos acusaram os Estados Unidos e Israel de tentarem provocar uma guerra civil palestina com a construção de um novo "muro de Berlim'' na Cisjordânia e ameaçaram reavaliar um frágil cessar-fogo.
– Há uma conspiração entre as mentes agressivas de Israel e dos Estados Unidos contra as esperanças e a independência palestinas – disse Abdel-Aziz Rantissi, um dos líderes do movimento islâmico Hamas na Faixa de Gaza. – Os americanos precisam do que os israelenses precisam, uma guerra civil nos territórios palestinos.
A reação dos militantes demonstra a frustração palestina após o encontro, na terça-feira, entre o presidente norte-americano, George W. Bush, e o primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon. Eles esperavam que Bush convencesse Sharon a parar de construir o que Israel chama de cerca de segurança.
O sentimento dos militantes, ao lado da decepção manifestada por líderes palestinos após as negociações, representam problemas para o primeiro-ministro palestino, Mahmoud Abbas, que desejava mostrar sinais de avanço após sua visita à Casa Branca.
Bush havia afirmado após o encontro da última sexta, dia 25, com Abbas, que a barreira era um problema que poderia dificultar o desenvolvimento da confiança entre Israel e os palestinos. Mas o presidente norte-americano não censurou Sharon nessa terça, apesar de um porta-voz da Casa Branca ter dito que há "preocupação'' sobre o muro.
A Jihad Islâmica, outro grupo militante que realizou atentados suicidas no levante de 34 meses por um Estado independente, disse que os EUA não são sérios em relação aos esforços pela paz.
– Este muro é o muro de Berlim. Eles precisam de uma guerra civil e não querem dar nada a Abbas – observou Mohammed al-Hindi, um dos líderes do grupo em Gaza. – Achamos que deveríamos fazer uma reavaliação da trégua porque as ameaças estão muito perto de prejudicar nossas esperanças e objetivos.
As informações são da agência Reuters.
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