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Abbas cancela encontro com Sharon e cessar-fogo pode estar ameaçado

O primeiro-ministro palestino, Mahmoud Abbas, cancelou nesta terça, dia 5, o encontro que teria com o premiê israelense, Ariel Sharon. Abbas afirmou que Israel não está fazendo o suficiente para implementar um plano de paz para a região.

A decisão, tomada em meio ao debate sobre quantos prisioneiros Israel deveria libertar para aumentar a confiança entre os dois lados, é um novo obstáculo às esperanças de rápida implementação do plano. O encontro deveria ocorrer nesta quarta, dia em que o governo israelense disse que libertará 342 prisioneiros palestinos. Os árabes ficaram decepcionados com o número porque autoridades de Israel haviam dito que ele seria de 540.

Israel, do outro lado, acusa Abbas de atrasar o plano de paz por não agir contra os militantes. O país já descartou novas retiradas de tropas de cidades da Cisjordânia após uma emboscada ter ferido uma colona judia e seus três filhos.

– Abu Mazen cancelou o encontro porque ele seria somente cerimonial no dia em que os prisioneiros serão libertados, e ele acredita que os israelenses não estão fazendo o suficiente para promover o plano – declarou uma autoridade palestina de alto escalão, usando o nome de guerra de Abbas.

Uma fonte do gabinete de Sharon confirmou que o encontro foi cancelado devido ao "descontentamento'' palestino com a libertação de prisioneiros por Israel. Abbas e Sharon encontraram-se diversas vezes nas últimas semanas, em negociações que ajudaram a aumentar a confiança e promover o plano de paz, apesar de a desconfiança continuar profunda.

O plano não menciona especificamente libertação de palestinos, mas requer a implementação de um acordo anterior que pede a libertação de "todos os palestinos presos em operações de segurança que não têm associação com atividades terroristas''.

Os palestinos querem anistia para todos os 6 mil compatriotas presos, afirmando que isso demonstraria que Israel está comprometido com o plano, que prevê a criação de um Estado palestino até 2005, nos territórios ocupados por Israel desde 1967. Os militantes palestinos alertam que se Israel não libertar mais prisioneiros, a trégua declarada em 29 de junho será rompida. Apesar do cessar-fogo, os ataques palestinos continuam esporadicamente.

A liderança palestina teme que uma ação contra os grupos militantes provoque uma guerra civil.

As informações são da agência Reuters.

 
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