| 06/08/2003 09h12min
Israel libertou mais de 300 prisioneiros palestinos nesta quarta, dia 6, no que é visto como um gesto de boa vontade para apoiar um plano de paz intermediado pelos Estados Unidos, mas classificado pelos palestinos como uma fraude.
Os primeiros prisioneiros libertados fizeram o sinal de V, de vitória, ao se encontrar com os parentes em um posto de fiscalização perto da cidade de Betunia, na Cisjordânia, e sorriram ao sair do ônibus que os transportou de uma prisão israelense. Outros beijaram o chão, observados de perto pelos soldados israelenses, antes de entrar em vans palestinas que os levariam para a casa. Um colono judeu rompeu um cordão de segurança e correu em direção aos ônibus que transportavam os palestinos, mas foi derrubado por soldados e retirado do local.
Israelenses de direita e parentes de vítimas de ataques suicidas palestinos opuseram-se à libertação. Planejada como método de aumentar a confiança no frágil plano de paz apoiado pelos EUA, a libertação em massa tornou-se uma disputa entre os dois lados. A disputa levou o primeiro-ministro palestino, Mahmoud Abbas, a cancelar o encontro com Ariel Sharon, primeiro-ministro de Israel, nesta quarta. Os palestinos dizem que a libertação não é suficiente e quer anistia para todos os 6 mil compatriotas presos.
Israel afirma que palestinos envolvidos em ataques continuarão atrás das grades e havia anunciado que libertaria 339 prisioneiros, incluindo 30 que completariam suas penas neste mês. No último minuto, porém, as autoridades israelenses decidiram retirar dois homens da lista para avaliar novas acusações contra eles.
A lista contém poucos presos com sentenças longas. Muitos dos presos que estavam na lista para a libertação foram presos em buscas por militantes acusados por ataques em Israel. Quase a metade dos presos não passou por julgamento. As acusações incluem atirar pedras, filiação a organizações militantes e posse de armas e explosivos.
Os grupos militantes, que declararam uma trégua de três meses no dia 29 de junho, disseram que a lista de libertado não tem valor.
– Não vale nada – disse Ismail Abu Shanab, um dos líderes do Hamas. – A prioridade deveria ser dada a prisioneiros detidos há muito tempo. Não aceitamos os truques de Sharon.
– Israel está tomando medidas e em resposta está recebendo reclamações – disse Gideon Meir, vice diretor-geral do Ministério das Relações Exteriores. – Os palestinos estão tentando todos os tipos de desculpas para não implementar a parte deles (no plano de paz), que é desmantelar sua infra-estrutura de terror.
As informações são da agência Reuters.
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