| 19/08/2003 12h09min
O representante especial das Nações Unidas no Iraque, diplomata brasileiro Sérgio Vieira de Mello, foi retirado dos escombros do prédio atingido pela explosão na manhã desta terça-feira, dia 19. A assessora do diplomata em Genebra, Luciana Mancine, divulgou a informação. Segundo ela, Mello está gravemente ferido, mas está consciente. Não há confirmação sobre o local onde Mello estaria sendo atendido.
Mais de 10 pessoas morreram no incidente e por volta de 30 teriam ficado feridas. Um caminhão-bomba teria provocado a tragédia, que deixou pelo menos 30 feridos. O atentado ocorreu no Hotel Canal às 16h30min (9h30min em Brasília). No local, há também escritórios de outras agências da organização.
– Um carro explodiu. Eu estava de pé, no portão, quando ele explodiu – disse Uday Ahad, um segurança do prédio.
De acordo com ele, a explosão aconteceu bem embaixo da janela do brasileiro, que é o alto-comissário para Recursos Humanos da entidade. Centenas de pessoas trabalham nos escritórios da ONU instalados no Canal Hotel, na região leste de Bagdá.
Entre os feridos está Benon Sevan, diretor do programa Petróleo por Comida no Iraque, que estava dando uma entrevista coletiva no local. A informação foi divulgada pela porta-voz das Nações Unidas, Veronique Taveau.
O porta-voz do órgão, Fred Eckhard, disse que a explosão na sede da ONU é uma tragédia humana, assim como um revés político para a missão das Nações Unidas na capital iraquiana.
– O estrago é grande. O sofrimento humano é imenso – afirmou.
O embaixador sírio na ONU, Fayssal Mekdad, declarou que o Conselho de Segurança – presidido pela Síria em agosto – estava chocado com a explosão e seria informado em breve sobre a situação no prédio, onde cerca de 300 funcionários trabalham.
O porta-voz disse ainda que a sede da ONU em Nova York não tem informações sobre a gravidade dos ferimentos do diplomata, que ocupava o cargo de alto comissário da ONU para os direitos humanos. Bertrand Ramcharan, interinamente à frente do Alto Comissariado, classificou a explosão como um "ato desprezível''.
As informações são da agência Reuters e Globo News.
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