| 06/02/2001 19h01min
A audiência pública da noite desta terça-feira, marcada para as 19h no Auditório da Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul), discutirá dois traçados para a duplicação da BR-101 em Araranguá. O encontro, realizado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), promete debates acalorados. Entidades do município se dividem em duas opções distintas. Enquanto alguns preferem a manutenção do traçado original da rodovia, outros pedem a criação de um desvio 1,8 quilômetros a Oeste. O coordenador da Organização Não-Governamental Sócios da Natureza, Tadeu dos Santos, defende o contorno de Araranguá. A ong é apoiada por outras 49 entidades da região. Segundo Santos, a poluição sonora é um dos principais problemas para os moradores das margens da rodovia. O ruído no perímetro urbano de Araranguá é o maior de todo o trecho Sul da BR-101, que liga Osório, no Rio Grande do Sul, a Palhoça, em Santa Catarina. Com a duplicação do traçado original, prevê Santos, o barulho crescerá devido ao aumento do fluxo de veículos. Ele acredita que a emissão de gases pelos veículos também cresceria e prejudicaria a saúde da população. Santos ainda afirma que os moradores acabariam divididos em duas comunidades distintas – uma em cada lado da pista. Santos sustenta que o desvio eliminaria todos esses problemas. Como a área urbana ficaria distante da estrada, o risco de acidentes seria reduzido. O ambientalista garante que o local por onde passaria o desvio já está devastado por produtores e não haveria muitos prejuízos para a natureza. Já o presidente da Câmara de Dirigentes Logistas (CDL) de Araranguá, Evandro Scaime, defende a duplicação no atual trajeto da BR-101. A posição do CDL é apoiada por 70% dos associados e outras entidades. Para Scaime, com o deslocamento da estrada os postos de trabalho às margens da rodovia seriam fechados e os trabalhdores perderiam seu emprego. Scaime acredita ainda que a duplicação no local traria novos acessos para os balneários da região, o que poderia incrementar a economia da região. O projeto também prevê a pavimentação das vias marginais entre os municípios de Maracajá e Sombrio, o que, segundo Scaime, beneficiaria a comunidade. Ele assegura que as passarelas previstas na obra seriam suficientes para garantir a segurança dos pedestres. Scaime adiantou que irá defender a alternativa que prevê a manutenção do traçado original da rodovia. Mas afirmou que considera mais importante a duplicação, independente da alternativa escolhida.
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