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Os países ricos e pobres tentaram nesta sexta, dia 12, chegar a uma solução conciliatória para salvar as negociações para a liberalização do comércio mundial, ameaçadas por desavenças em torno dos bilhões de dólares em subsídios agrícolas.
Após dois dias de duros discursos, ministros que participam da reunião dos 146 países membros da Organização Mundial do Comércio (OMC) afirmaram que estão vendo alguns sinais de flexibilidade, mesmo que os principais atores das discussões estejam escondendo o seu jogo.
– Não há desespero, não houve gritaria. As pessoas estão sendo sensatas e isso mantém a temperatura no nível certo – afirmou Sergio Marchi, enviado canadense, referindo-se aos diálogos em torno do tema agrícola.
Todos os lados estão ansiosos por um acordo que vai dar nova vida a tentativa de se chegar a um amplo acerto comercial até o final do ano que vem. Para o Banco Mundial, um acordo fortaleceria o crescimento econômico mundial e retiraria da pobreza milhões de pessoas.
Os 4,7 mil delegados que estão em Cancún sabem que, com as eleições presidenciais dos EUA no ano que vem e a União Européia (UE) preocupada com a entrada de 10 novos membros, um fracasso agora atrasaria as chances de um acordo por anos.
Os países em desenvolvimento, liderados por Brasil, China e Índia, agrupados no G-21, insistem que o bloco prefere nada a um acordo ruim.
Os EUA e a UE enfretam forte pressão para cederem nos subsídios. Nesta sexta, os dois pediram que o G-21 diminua as demandas e abram seus mercados em contrapartida.
– Não sabemos se eles querem sair da fase de demandas e entrar na mesa de negociações – afirmou um representante norte-americano.
O comissário da Agricultura da UE, Franz Fischler, afirmou que a Europa está pronta para fazer um acordo, mas pediu concessões do outro lado.
– Não somos arrogantes para acreditar que para um acordo bastam a UE e os EUA – ele disse. – Nós mostramos flexibilidade, estamos mostrando flexibilidade e mostraremos flexibilidade no processo, mas sem flexibilidade suficiente e esforço do outro lado, essas negociações vão se tornar muito, muito difíceis – afirmou Fischler.
Por outro lado, ministros argumentam que o objetivo das negociações é ajudar os países pobres a se beneficiarem do comércio global e que por isso são as nações ricas que devem fazer concessões.
– Os que subsidiam devem se esforçar para nivelar as condições de jogo – disse o principal negociador argentino, Martin Redrado.
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