| 02/10/2003 09h20min
Israel anunciou nesta quinta, dia 2, planos para construir mais de 600 novas casas em assentamentos judaicos, provocando a revolta de palestinos. O anúncio ocorre um dia depois de o país ter aprovado a expansão de sua barreira na Cisjordânia.
O porta-voz do Ministério da Habitação, Koby Bleich, disse que as casas eram parte de uma política do governo pela qual seriam desenvolvidas comunidades na Cisjordânia de acordo com necessidades e o crescimento natural.
Ao mesmo tempo, a Autoridade Palestina apelou para as potências mundiais que comandam o processo de paz no Oriente Médio para que impeçam Israel de continuar com seus planos de construir novas barreiras de isolamento na Cisjordânia.
O principal negociador palestino, Saeb Erekat, disse que foram enviadas cartas para o "quarteto'' – formado por Estados Unidos, Rússia, União Européia e Nações Unidas –- pedindo uma ação urgente sobre o caso, antes mesmo que Israel aprovasse, na quarta, dia
1°, uma nova fase no polêmico projeto.
Israel afirma que está tentando evitar a entrada de terroristas suicidas e proteger assentamentos judaicos construídos em territórios ocupados na Cisjordânia. Os palestinos dizem que a barreira é um novo Muro de Berlim, que rouba as terras onde querem estabelecer um Estado e prejudica o processo de paz.
Erekat disse que o prosseguimento da construção de barreiras "significa a demolição do processo de paz''.
– Isso não é uma cerca de separação, é uma cerca entre os palestinos e os palestinos, com um objetivo que é o de destruir a visão do presidente (dos Estados Unidos, George W.) Bush –, disse Erekat.
Os palestinos estão alarmados com as estimativas israelenses de que a nova fase da barreira deixará cidades com 60 mil pessoas no lado de Israel, dificultando a movimentação para outras partes da Cisjordânia.
Uma autoridade do governo de Israel defendeu a decisão, afirmando que o objetivo é prevenir ataques
terroristas. Ele negou que a cerca delimite uma fronteira de
fato, prejudicando futuras negociações.
– A cerca não é uma fronteira política. Sabemos que coloca fatos no território, mas uma cerca pode ser removida –, disse.
Ministros de direita querem manter Ariel, onde vivem 18 mil colonos, e outros assentamentos ao redor dentro do lado israelense. Os Estados Unidos ameaçaram reduzir garantias de empréstimos a Israel, mas evitaram criticar publicamente a decisão do gabinete do primeiro-ministro Ariel Sharon e afirmaram que continuarão debatendo o assunto com autoridades israelenses.
Cerca de 230 mil judeus vivem em assentamentos espalhados em meio aos 3,6 milhões de palestinos na Cisjordânia e na Faixa de Gaza – terras ocupadas por Israel desde a Guerra dos Seis Dias, em 1967.
Com informações da agência Reuters
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