Em entrevista a nove emissoras de rádio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva desconversou quando foi questionado sobre possíveis mudanças no minitério e reiterou que não se troca jogador com 15 minutos de jogo. Ele revelou que a ministra Benedita da Silva não será afastada do Ministério da Ação Social como a imprensa está cogitando. Conforme Lula, ela não teria ido à Argentina somente por causa de um encontro religioso. Além de participar de debates, Benedita teria se reunido com a ministra da Ação Social do país vizinho. Para Lula, a justificativa dada à Casa Civil sobre o motivo da viagem foi um erro administrativo.

Após o incidente, Benedita teria explicado pessoalmente a agenda cumprida na Argentina. Em recado explícito à ministra, Lula afirmou que não entende como uma pessoa com tal experiência política poderia cometer esse equívoco, mas arrematou que não pode crucificar as pessoas. Ele disse que a Casa Civil deverá olhar com mais cuidado cada companheiro que pede para viajar.

– Benedita trouxe documentos que provaram a intenção de sua viagem. Não vejo qual o crime que ela possa ter cometido. Ela cometeu um erro administrativo, que passou por muita gente – declarou.

Lula lembrou ainda que o governo está em um processo de rearranjo político.

– Todo mundo sabe que nós vamos compor com o PMDB. Quem vai entrar e quem vai sair é um problema eminentemente meu – ressaltou Lula.

Conforme o presidente, por enquanto todos estão no cargo até que eu decida afastar algum. Ele destacou que ninguém vai colocar e nem tirar ministro com notícia de jornal.

Sobre as críticas às indicações políticas, Lula afirmou que os cargos são de confiança e o presidente põe e tira. Lula ironizou ao perguntar aos jornalistas se alguém ganhando as eleições iria contratar os adversários para trabalhar. De acordo com Lula, as reclamações devem ter vindo de quem ficou de fora. A respeito da contratação do publicitário Duda Mendonça, o presidente disse que só trabalha com quem confia.

– Quem fizer diferente tá fazendo bobagem – encerrou Lula, dando receita para outros administradores públicos.