O Iraque lançou neste sábado, dia 4, as novas cédulas de dinar, com retratos de um antigo governante babilônico e de um matemático iraquiano que viveu no século 10 no lugar que já foi ocupado pelo rosto sorridente de Saddam Hussein. O rei Hammurabi, o primeiro na história da humanidade a compilar as leis de um reino num documento escrito, enfeita as novas notas cor-de-rosa de 25 mil dinares (aproximadamente R$ 35). O outro lado da cédula exibe um sorridente fazendeiro curdo segurando um feixe de trigo.

O astrônomo e matemático Abu Ali al-Hasan ibn al-Haytham, nascido em Basra no ano 965 e conhecido como Alhazen pelos estudiosos da Idade Média no ocidente, está na cédula de 10 mil dinares. As notas de outros valores mostram uma cachoeira no norte do Iraque, uma palmeira típica da região e monumentos islâmicos. Uma delas traz até um celeiro de trigo.

O design das notas é familiar aos iraquianos, pois foi inspirado no chamado "dinar suíço", usado antes da mudança promovida por Saddam Hussein e que ainda circula no norte do país, uma região autônoma governado pelos curdos desde 1991. As novas cédulas são impressas pela mesma empresa que fazia o "dinar suíço", a britânica De La Rue Plc.

Já foram impressos dinares suficientes para substituir três trilhões em circulação no Iraque, além de uma quantidade extra para as reservas do país, afirmou um funcionário do banco central. Os iraquianos terão três meses, a partir de 15 de outubro, para trocar as cédulas antigas em 250 agências bancárias de todo o país. Um novo dinar equvale a um dinar de Saddam e a 150 dinares suíços.

A administração norte-americana no Iraque determinou que todas as imagens de Saddam fossem retiradas de monumentos, murais e livros escolares. Mas, nos meses que se seguiram à guerra, foi forçada a imprimir bilhões de cédulas que ostentavam o rosto do dirigente deposto.

O vice-presidente do banco central Ahmed Salman Mohammed também anunciou que a instituição agora independente vendeu a moeda iraquiana pela cotação de 1.900 dinares para cada dólar, na primeira de uma série de transações cambiais que prometem se tornar regulares.

– Esperamos, em pouco tempo, estabelecer um preço estável para o dinar iraquiano em relação a outras moedas, especialmente o dólar norte-americano – disse Mahammed.

Na rua Rasheed, do lado de fora do banco central, que é protegido por uma enorme cerca de aço, arame farpado e guardas empunhando rifles Kalashnikov, cambistas estrangeiros ofereciam dinar ao mesmo preço.

As informações são da agência Reuters.