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Após uma disputa, Israel retirou uma resolução que trata da proteção das crianças israelenses contra o terrorismo e o embaixador do país acusou a Organização das Nações Unidas (ONU) de hipocrisia, duplicidade e padrões duplos. O embaixador Dan Gillerman disse nessa quarta, dia 26, que as emendas feitas pelo Egito e por outros países no comitê da Assembléia Geral representavam uma "visão hostil" de sua proposta de resolução, que invertem o seu propósito ao mudar o foco e apagar qualquer referência às crianças israelenses.
– Hoje colocamos a ONU em seu teste moral final. Ela fracassou miseravelmente no teste. Isso só demonstra até onde vão a hipocrisia, a duplicidade e as políticas de padrões duplos da Assembléia Geral e de seus comitês – disse Gillerman em entrevista coletiva.
Em pauta, estavam a primeira resolução apresentada por Israel desde 1976, condenando os atentados suicidas palestinos contra crianças israelenses. A medida era parecida a uma aprovada na semana passada, por 88 votos a 4, e 58 abstenções, exigindo proteção para crianças palestinas. Emendas apresentadas coletivamente por Egito, Arábia Saudita, Malásia, Senegal, África do Sul, Sudão e outros substituíam a expressão crianças "israelenses" por "do Oriente Médio" e incluíam expressões condenando a "ocupação estrangeira" e "violação da lei internacional".
Gillerman lembrou que Israel, alvo de centenas de resoluções críticas, está mudando de estratégia e assumindo a ofensiva, em vez de somente responder com discursos na assembléia de 191 membros, que tradicionalmente se mostra simpática à causa palestina.
Nasser al-Kidwa, observador palestino na ONU, chamou a proposta israelense de tentativa de desviar a atenção da situação das crianças palestinas. Ele disse que as crianças palestinas são privadas de todos os direitos previstos no tratado de 1990 sobre os direitos das crianças, começando pelo direito a um Estado e a proteção física.
As resoluções da Assembléia Geral não têm valor legal, como as medidas do Conselho de Segurança, mas são um reflexo da opinião mundial. Al Kidwa disse que o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, deverá apresentar na sexta um relatório pedido por uma resolução da Assembléia Geral sobre a construção israelense de uma enorme barreira na Cisjordânia.
As informações são da agência Reuters.
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