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Israel irrita-se com apoio dos EUA a plano de paz alternativo

Governo israelense disse que não iria discutir a proposta com secretário americano

Israel irritou-se nesta quarta, dia 3, com os planos do secretário de Estado norte-americano, Colin Powell, de se encontrar com os autores de um acordo de paz simbólico, apesar da forte objeção israelense. O Exército israelense intensificou suas ações em cidades da Cisjordânia em busca de militantes palestinos, ressaltando os obstáculos práticos para a iniciativa diplomática que surgiu do vácuo do plano de paz apoiado pelos Estados Unidos.

– Não queremos discutir com Powell – disse o porta-voz do governo, Avi Pazner.

A pressão sobre os dois lados para acabar com o impasse no Oriente Médio vem crescendo desde que a oposição israelense e palestinos moderados lançaram na segunda o "Acordo de Genebra". Autoridades palestinas saudaram a iniciativa, mas não endossaram o plano. Já o governo de direita de Israel denunciou a iniciativa, classificando-a como uma traição, e intensificou as incursões em áreas da Cisjordânia após dois meses de relativa calmaria.

Israel também entrou em uma rara disputa pública com Washington ao criticar a decisão de Powell de se reunir com os arquitetos do Acordo de Genebra nesta semana. Um porta-voz do Exército de Israel disse que 27 palestinos procurados foram presos durante a noite na cidade de Ramallah, base do presidente palestino, Yasser Arafat, e em Jenin. O alvo principal foi a Jihad Islâmica.

Três militantes do Hamas e um palestino de seis anos de idade foram mortos por forças israelenses em uma incursão em Ramallah na segunda, horas antes da cerimônia de lançamento do plano alternativo de paz, em Genebra. Autoridades palestinas declararam que a ação parece ter sido programada para coincidir com o evento em Genebra e provocará reação dos militantes.

Segundo o governo de Sharon, a incursão evitou uma nova onda de ataques suicidas. O Acordo de Genebra prevê um Estado palestino, pede a dissolução da maioria dos assentamentos judaicos na Cisjordânia e em Gaza e estabelece que Israel terá o direito de decidir quantos refugiados palestinos receberá de volta. Durante uma visita à Tunísia na terça, Powell disse que tem o direito de se encontrar com quem quer que tenha novas idéias sobre a paz no Oriente Médio.

– Não sei porque eu, ou qualquer pessoa do governo dos EUA, deveria se negar a oportunidade de ouvir a opinião de outros que estão comprometidos com a paz e que tenham idéias – afirmou.

As informações são da agência Reuters.

 
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