O ex-ditador do iraquiano Saddam Hussein negou durante um depoimento inicial após sua captura que o Iraque tivesse armas de destruição em massa, disse a revista Time neste domingo, dia 15. Segundo a reportagem, uma autoridade de inteligência dos Estados Unidos no Iraque contou que, ao ser questionado se seu governo teria tais armas, Saddam atribuiu a acusação a uma mentira dos Estados Unidos.

– Não, é claro que não. Os EUA inventaram isso para ter uma razão para travar a guerra contra nós – teria dito o ex-ditador.

A autoridade leu para a revista uma transcrição do interrogatório do ex-presidente iraquiano.

– Se você não tinha armas de destruição em massa, então por que não deixou os inspetores da ONU entrarem em suas instalações? – perguntou um interrogador, de acordo com a revista.

– Não queríamos que eles entrassem em áreas presidenciais e se intrometessem em nossa privacidade – respondeu Saddam.

A autoridade de inteligência dos EUA, que não foi identificada, disse à revista que Saddam não cooperou muito e que não respondeu diretamente a qualquer das perguntas iniciais. A transcrição está cheia de "retórica de Saddam", afirmou a autoridade, que parafraseou algumas respostas do ex-líder do Iraque.

As revistas Time e Newsweek publicaram reportagens indicando que, após ter sido capturado, Saddam foi levado para uma cela no aeroporto de Bagdá, onde outros ex-líderes do regime são mantidos para interrogatório.

No momento da captura, o ex-presidente iraquiano teria pedido para negociar, segundo um comandante do Exército dos Estados Unidos.

– Ele disse: "sou Saddam Hussein, sou o presidente do Iraque e quero negociar" – adiantou o comandante Brian Reed.

O exato paradeiro de Saddam Hussein é desconhecido e, as autoridades americanas anunciaram apenas que o ex-ditador foi transferido para um "local seguro". Segundo a estação de televisão árabe Al-Arabiya, Saddam foi levado para o Catar, mas a informação não foi confirmada.

As informações são das agência Reuters e Lusa.