| 15/12/2003 10h27min
A Grã-Bretanha, principal aliado de Washington na guerra do Iraque, informou nesta segunda, dia 15, que não participará de um julgamento de Saddam Hussein que possa resultar em sua morte.
– O Reino Unido é contra a pena de morte. Por isso, não teremos participação em um tribunal ou processo no qual a pena de morte seja uma das penalidades – disse o enviado britânico para o Iraque Jeremy Greenstock.
Para preocupação dos grupos de defesa dos direitos humanos, o ex-ditador poderá enfrentar a pena de morte em um tribunal especial criado há alguns dias pelo Conselho de Governo do Iraque. Os Estados Unidos – que mantêm Saddam sob custódia desde sua captura, no sábado – prevêem em sua legislação a pena de morte, abolida na Grã-Bretanha em 1964.
Embora o governo do premiê Tony Blair esteja muito satisfeito com a captura, ele sabe que sua popularidade permanecerá prejudicada caso não sejam encontradas armas de destruição em massa no Iraque.
– Eu não aceito a premissa de que ele não tinha armas de destruição em massa. Acho que a história será contada, talvez ele nos conte uma parte dela – disse Greenstock à rádio BBC.
Apesar da oposição britânica à pena de morte, os iraquianos poderão compreensivelmente querer executar Saddam, afirmou Greenstock.
– Dado o que ele fez, aos olhos iraquianos, haveria uma justificativa para isso, mesmo que nós sejamos contra a pena de morte. Portanto, que ele seja julgado dentro de sua própria cultura e entre seu próprio povo – argumentou.
As informações são da agência Reuters.
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