| 19/12/2003 14h30min
O primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, atraiu nesta sexta, dia 19, críticas dos Estados Unidos e de todo o Oriente Médio por causa de sua proposta de separar israelenses e palestinos nos próximos meses caso o processo de paz fracasse. O plano tiraria dos palestinos terras que eles reivindicam para seu eventual Estado e mantém a construção de uma polêmica barreira na Cisjordânia.
Estados Unidos, palestinos e pacifistas israelenses criticaram a ameaça de abandonar o plano de paz norte-americano para a região, que prevê o fim gradual da violência e a criação de um Estado palestino até 2005. A Casa Branca criticou o discurso de quinta feito por Sharon no qual ele anunciou seu plano. Washington pediu que ele encontre o primeiro-ministro palestino, Ahmed Korei e retome as negociações.
– Não achamos que o melhor a esta altura seja discutir o que fazer se não houver progresso, porque estamos concentrados em trabalhar com as partes para ter progresso no 'mapa da paz' – disse o porta-voz da Casa Branca, Scott McClellan.
Sharon não apresentou um cronograma para suas propostas, mas disse que os palestinos precisam rapidamente "desmantelar os grupos terroristas" se não quiserem que Israel imponha uma solução que ficaria muito aquém das ambições palestinas.
– Não deve haver mais dúvidas de que esse plano será implementado dentro de poucos meses, caso esteja claro dentro de pouco tempo que os palestinos não estão prontos para retomar as negociações e trabalhar de acordo com o "mapa da paz" – disse Sharon ao jornal Yedioth Ahronoth na edição desta sexta.
Ele disse que, seja como for, vai acelerar as obras da barreira na Cisjordânia, que segundo Israel servirá para evitar atentados em seu território. Os palestinos dizem que o obstáculo de cimento e arame é uma tentativa de anexar terras.
O principal líder israelense da oposição, Shimon Peres, também criticou o plano de Sharon na sexta-feira, sugerindo que ele está inviabilizando a proposta norte-americana.
O premiê palestino, Ahmed Korei, disse na quinta que estava frustrado com a "ameaça" de Sharon e propôs negociações. Um encontro com eles está sendo acertado há várias semanas. Já os grupos islâmicos que combatem Israel disseram que não há nada de novo no discurso de Sharon.
Com informações da agência Reuters.
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