O primeiro-ministro britânico, Tony Blair, maior aliado de Washington na guerra para derrubar Saddam Hussein, fez uma visita de surpresa ao Iraque neste domingo, dia 4, para encontrar-se com os 10 mil soldados da Grã-Bretanha que estão servindo no país. É a segunda visita de Blair ao país desde a queda do regime ditatorial em abril. No final de novembro, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, participou com soldados das celebrações do dia de Ação de Graças no Iraque.

Em discurso na cidade de Basra, localizada ao sul do país e a segunda maior cidade iraquiana, Blair disse aos soldados que eles "são os novos pioneiros do serviço militar do século 21'', ao lutarem contra as ameaças de terrorismo, armas de destruição em massa e regimes brutais. Segundo o premiê, a segurança mundial foi abalada pelo ''vírus do extremismo islâmico'' e "estados brutais e repressivos que estão desenvolvendo armas que podem causar ampla destruição''. Tais nações são um ``enorme problema para toda a segurança mundial''.

A luta contra esse tipo de armamento foi o motivo que levou a Grã-Bretanha a se juntar aos Estados Unidos na invasão ao Iraque em março do ano passado. As armas, entretanto, nunca foram encontradas.

Com a insistência de grupos rebeldes em atacar as tropas invasoras, Blair pediu que os soldados se concentrassem na conquista da paz, ao dizer que esta é a única maneira para garantir um futuro estável ao país.

– Parte do orgulho que as pessoas sentem em vocês é a sabedoria que nos próximos anos, a população deste país vai olhar para trás e ver o que vocês fizeram,... e reconhecerão que ela tem uma enorme dívida de gratidão com vocês – afirmou Blair.

Depois de se encontrar com os soldados, o premiê britânico reuniu-se com o administrador do Iraque, Paul Bremer, para discutir a transição política para os iraquianos. Ele também teve um breve diálogo com o governador de Basra, Juiz Wael Abdullatif, e prometeu comprometimento com o Iraque até a estabilidade.

– Nosso objetivo é muito simples. É ajudar o Iraque a se tornar um país estável, próspero e democrático que será governado pelos iraquianos sob o controle e a soberania dos iraquianos – ele disse após encontro com o governador.

Durante a viagem, Blair visitou de helicóptero uma antiga prisão na cidade de Az Zubayr, onde a polícia italiana, dinamarquesa, tcheca e britânica treinam a nova força de segurança do Iraque.

Desde o início da guerra, 20 soldados britânicos em combate e mais de 30 foram mortos em incidentes de fogo amigo ou em ações sem confronto. O número de soldados britânicos na força inicial de invasão era de 45 mil – o maior desde a Guerra da Coréia, há 50 anos –, mas o total diminuiu significativamente.

As informações são da agência Reuters.