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O presidente do Paquistão, Pervez Musharraf, disse nesta sexta, dia 23, haver indícios de que cientistas paquistaneses venderam segredos nucleares para outros países, mas reafirmou não ter havido envolvimento de membros de seu governo nas vendas.
O Paquistão diz ter começado a interrogar seus cientistas, entre os quais o pai das bombas atômicas do país, Abdul Qadeer Khan, depois de a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) ter iniciado uma investigação sobre a eventual ligação entre os programas nucleares do Irã e do Paquistão.
Musharraf, em entrevista concedida ao canal CNN durante sua participação no Fórum Econômico Mundial, em Davos (Suíça), disse que o país lançou em novembro uma investigação a ser concluída "dentro de poucas semanas". Questionado sobre o possível resultado das investigações, o dirigente respondeu:
– Bem, não gostaria de fazer previsões, mas parece que alguns indivíduos, como disse, envolveram-se nisso para ter ganhos pessoais.
Musharraf foi mais longe do que declarações anteriores de seu governo de que cientistas "podem" ter transferido tecnologia nuclear para o vizinho Irã. O presidente afirmou que acusações semelhantes já foram feitas no passado contra países e indivíduos europeus.
Segundo ele, não se trata apenas do Paquistão. Musharraf ressaltou que não há nenhum indício de que qualquer pessoa do governo ou das Forças Armadas tenha se envolvido. Sobre relatos de que cientistas paquistaneses também transferiram tecnologia para a Líbia e a Coréia do Norte, o dirigente disse que não iria negar nada porque o caso ainda estava sendo investigdo.
Nesta quinta, dia 22, em Davos, o chefe da AIEA, Mohamed ElBaradei, foi questionado sobre informações de que tecnologia nuclear havia partido do Paquistão rumo à Líbia e ao Irã. ElBaradei respondeu:
– Sabemos do envolvimento de alguns indivíduos. Não quero me precipitar e acusar governos.
Com informações da Agência Reuters.
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