| 26/01/2004 22h49min
O ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, viveu um verdadeiro dia de presidente nesta segunda, dia 26, recebendo alguns dos novos ministros para discutir as ações do governo para os próximos meses. Os membros do primeiro escalão seguiram orientação do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva que, antes de viajar para à Índia na sexta passada, dia 23, os aconselhou a procurarem Dirceu.
Com a reforma, Dirceu ganhou novos poderes em seu gabinete, acumulando a gestão dos ministérios que ficava a cargo da pasta do Orçamento e Planejamento. Pela manhã, Dirceu recebeu o novo ministro da Educação, Tarso Genro. Na parte da tarde, reuniu-se com o ministro da Previdência, Amir Lando, e com o ministro da Coordenação Política, Aldo Rebelo, ex-líder do governo na Câmara.
Antes de se reunir com Dirceu, Rebelo passou o cargo de líder do governo na Câmara ao deputado federal Miro Teixeira (sem partido-RJ), que acaba de deixar o Ministério das Comunicações para dar lugar ao peemedebista Eunício Oliveira (PE). Tarso Genro limpou suas gavetas no gabinete do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, que será passado para Jaques Wagner.
– A secretaria fica em boas mãos... Este ano será importante para a preparação do novo contrato social – disse Tarso a jornalistas após encontro com Wagner no Palácio do Planalto.
Wagner, que teve que ser convencido pelo governo a aceitar a função, conheceu seu novo gabinete e brincou:
– Ainda bem que é nos pequenos frascos que se escondem os melhores perfumes.
O gabinete do Conselho é bem menor do que o ocupado anteriormente por Wagner no Ministério do Trabalho. Wagner disse não ter se reunido com o ministro Dirceu nesta tarde, mas que pretende fazê-lo na terça, dia 27. No mesmo dia, Dirceu deve receber também os outros ministros recém empossados por Lula, como Patrus Ananias, do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Eduardo Campos, da Ciência e Tecnologia e Eunício, das Comunicações.
Já Cristovam Buarque, demitido da Educação pelo telefone na sexta-feira, disse nesta tarde a jornalistas, após retirar suas coisas de seu antigo gabinete, preferiu uma certa ironia. Para ele, Dirceu não estava despachando como um presidente.
– No máximo como um primeiro-ministro – disse.
Ao tomar posse na liderança do governo na Câmara, Miro Teixeira disse que não vê como o processo de votação da PEC paralela da Previdência e das alterações da reforma tributária na Casa pode avançar muito ainda durante o período de convocação extraordinária.
– Há prazos intransponíveis, que não tem como negociar como, por exemplo, as dez sessões para apresentação de emendas – disse o novo líder do governo ao chegar ao Congresso nesta tarde.
Na semana passada, algumas lideranças da Casa estavam cogitando a possibilidade de fechar um acordo entre os partidos para acelerar o processo de votação. Os dois temas serão analisados ainda pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) antes de serem votados no plenário.
– O caminho do regimento tem que ser cumprido – disse Miro.
As informações são da agência Reuters.
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