Técnicos argentinos apresentaram ao governo brasileiro o plano de combate à aftosa no país. Nesta segunda-feira, em reunião no Ministério da Agricultura, o novo presidente do Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar (Senasa), Bernardo Cané, destacou os principais pontos: a vacinação do rebanho bovino, calculado em 50 milhões de cabeças, e um cuidado especial nas zonas de fronteira. Cané reconheceu a existência de 150 focos de febre aftosa na Argentina. Garantiu, porém, que o foco mais próximo do Brasil está a mais de 200 quilômetros da fronteira com o Rio Grande do Sul, na região da Mesopotâmia. O secretário de defesa agropecuária do ministério, Luiz Carlos de Oliveira, afirma que essa informação – da localização correta dos focos – tranqüiliza o governo, assim como as medidas que estão sendo adotadas pelo presidente do Senasa. Em parceria com produtores, a Argentina já começou a vacinar o rebanho da região Central (Buenos Aires, La Pampa, Córdoba, Chaco e Formosa). Outra etapa será a vacinação na região de fronteira com o Chile (Mendonza, San Juan, La Rioja, Salta, Cucuí, Tucumã), e da região da Mesopotâmia, que inclui Entre Ríos, Correntes e Missiones. Cané explicou que o país optou pela vacinação, e não pelo abate, porque os focos estão pulverizados. O abate sanitário somente ocorrerá em caso de focos nas fronteiras. O país vizinho vai investir US$ 80 milhões neste programa. Com esses dados em mãos, o Ministério da Agricultura reformulará a instrução normativa, de 27 de março de 2001, que proíbe ingresso de produtos vegetais da Argentina no Brasil. Conforme o secretário de Defesa Agropecuária, as barreiras aos produtos serão restritas de acordo com a origem do produto e proximidade com os focos.